JOÃO 1 – DIVINDADE DE JESUS CRISTO
1, No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus.
2, Ele, a Palavra, estava no princípio com Deus.
3, Todas as coisas foram feitas atravésdele, e, sem Ele, nada do que existe teria sido feito.
4, Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens;
5, e a luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a venceram.
6, Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7, Ele veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.
8, João não era a luz, mas foi enviado para testemunhar da luz.
9, A Palavra é a luz verdadeira que, vinda ao mundo, ilumina a toda a humanidade.
10, Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito através dele, mas o mundo não o reconheceu.
11, Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
12, Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, ou seja, aos que crêem no seu Nome;
13, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
14, E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. Vimos a sua glória, glória como a do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade.
A proclamação de João Batista
15, João testemunha sobre Jesus e exclama, dizendo: “Este é Aquele de quem eu disse: Ele, o que vem depois de mim, tem a excelência, porquanto já existia antes de mim.”
16, E da sua plenitude todos nós temos recebido, graça sobre graça.
17, Porquanto a Lei foi dada por intermédio de Moisés; mas a graça e a verdade vieram através de Jesus Cristo.
18, Ninguém jamais viu a Deus; o Filho unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.
João Batista clama no deserto
19, E este é o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para o interrogarem: “Quem és tu?”
20, Ele confessou e não negou; mas declarou francamente: “Eu não sou o Cristo.”
21, E o questionaram: “Quem és, então? És tu Elias?” Ele disse: “Não o sou.” “És tu o Profeta?” E João afirmou: “Não.”
22, Então, perguntaram a ele: “Quem és tu? Dá-nos uma resposta, para que a levemos àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo?”
23, E João lhes disse: “Eu sou a voz do que clama no deserto: ‘Fazei um caminho reto para o Senhor’, como disse o profeta Isaías”.
24, Ora, os que haviam sido enviados faziam parte dos fariseus.
25, E perguntaram-lhe ainda: “Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?”
26, João respondeu-lhes, dizendo: “Eu batizo com água; mas, no meio de vós, já está quem vós não conheceis.
27, Ele é aquele que vem depois de mim, cujas correias das sandálias não sou digno de desamarrar”.
28, Essas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.
Jesus, o Cordeiro de Deus
29, No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha caminhando em sua direção, e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
30, Este é aquele do qual eu disse: ‘depois de mim vem um homem que tem a excelência, pois que já existia antes de mim’.
31, Eu não o conhecia, mas, a fim de que Ele fosse revelado a Israel, vim, por isso, batizando com água”.
João batiza Jesus
32, E João testemunhou, dizendo: “Vi o Espírito descendo do céu como uma pomba e permaneceu sobre Ele.
33, Eu não o conhecia; Aquele, entretanto, que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires descer e permanecer o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo’.
34, E eu, de fato, vi e testifico que este é o Filho de Deus”.
Os primeiros discípulos de Cristo
35, No dia seguinte, João estava outra vez na companhia de dois dos seus discípulos
36, e, observando que Jesus passava, disse: “Eis o Cordeiro de Deus!”
37, Os dois discípulos ouviram o que ele falou, e se tornaram seguidores de Jesus.
38, Então Jesus, voltando-se e vendo que os dois o seguiam, disse-lhes: “Que estais procurando?” Eles disseram: “Rabi , onde estás hospedado?”
39, E Jesus disse: “Vinde e vede”. Eles foram e viram onde Jesus estava morando; e ficaram com Ele aquele dia, sendo isso por volta da hora décima.
40, Um dos dois que ouviram João falar e seguiram a Jesus, era André, irmão de Simão Pedro.
41, Ele primeiro procurou seu próprio irmão, Simão, e lhe disse: “Encontramos o Messias ”.
42, E o levou a Jesus. Quando Jesus olhou para ele, disse: “Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas ”.
Jesus encontra outros discípulos
43, No dia seguinte, Jesus decidiu ir para a Galileia. Quando encontrou a Filipe, disse-lhe: “Segue-me.”
44, Ora, Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
45, Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: “Encontramos Aquele sobre quem Moisés escreveu na Lei, e a respeito de quem também escreveram os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José”.
46, E Natanael disse-lhe: “Pode alguma coisa boa vir de Nazaré?” Filipe respondeu-lhe: “Vem e vê”.
47, Jesus viu Natanael se aproximando e disse a seu respeito: “Eis um verdadeiro israelita, em quem não há falsidade!”
48, Disse-lhe Natanael: “De onde me conheces?” Respondeu-lhe Jesus: “Antes de Filipe te chamar, quando tu estavas debaixo da figueira, eu te vi”.
49, Natanael exclamou: “Mestre, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!”
50, Jesus lhe respondeu: “Porque Eu disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois tu verás coisas muito maiores do que estas”.
51, E disse-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos asseguro que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem”.
JOÃO 2 – MILAGRE EM CANÁ
1, No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava ali.
2, Jesus e seus discípulos também foram convidados.
3, Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.
4, Jesus lhe disse: “Mulher, em que essa tua preocupação tem a ver comigo? Ainda não é chegada a minha hora”.
5, Sua mãe disse aos serviçais: “Seja o que for que Ele vos pedir, fazei”.
6, Estavam ali seis jarros de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada um levava duas ou três metretas.
7, Jesus disse aos serviçais: “Enchei os jarros com água”. E os encheram até à borda.
8, Então lhes disse: “Tirai agora, um pouco, e levai ao mestre-sala”. Eles assim o fizeram.
9, Quando o mestre-sala provou a água transformada em vinho, não sabendo donde viera, embora o soubessem os serviçais que tiraram a água, chamou o noivo
10, e lhe disse: “Todo homem serve primeiro o bom vinho e, depois que os convidados já beberam bastante, o vinho inferior é servido; tu, entretanto, guardaste o bom vinho até agora”.
11, Com esse, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galileia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
12, Depois disso, desceu Ele para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias.
Jesus purifica o templo
13, A Páscoados judeus estava se aproximando, e Jesus subiu para Jerusalém.
14, Encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas, e cambistas assentados negociando;
15, tendo feito um chicote de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, espalhou pelo chão o dinheiro dos cambistas e virou as mesas;
16, e disse aos que vendiam as pombas: “Tirai essas coisas daqui; não façais da casa de meu Pai, casa de comércio.”
17, Então seus discípulos lembraram-se do que foi escrito: “O zelo pela tua Casa me consumirá.”
18, Os judeus o contestaram, dizendo: “Que sinal de autoridade nos mostras, para agires dessa maneira?”
19, Jesus lhes respondeu: “Destruí este templo, e, em três dias, Eu o reconstruirei.”
20, Replicaram os judeus: “Em quarenta e seis anos foi construído este templo, e tu afirmas que em três dias o levantarás?”
21, Ele, porém, se referia ao templo do seu corpo.
22, Por essa razão, quando Jesus ressuscitou dentre os mortos, recordaram-se os seus discípulos de que Ele dissera isso; e creram na Escritura e na Palavra pregada por Jesus.
Jesus conhece a índole humana
23, Estando Ele em Jerusalém, durante a festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que Ele fazia, creram em seu Nome;
24, mas Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos.
25, E não necessitava que alguém lhe desse testemunho acerca do homem, pois Ele bem conhecia o que havia na natureza humana.
JOÃO 3 – NASCER DE NOVO
1, Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, membro do supremo tribunal dos judeus.
2, Ele, de noite, procurou a Jesus e lhe disse: “Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer esses sinais que estás realizando, se Deus não estiver com ele.”
3, Jesus respondeu-lhe, declarando: “Em verdade, em verdade te asseguro que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”
4, Nicodemos questionou-o: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, todavia, entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e nascer novamente?”
5, Arrazoou Jesus: “Em verdade, em verdade te asseguro: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.
6, O que é nascido da carne é carne; mas o que nasce do Espírito é espírito.
7, Não te surpreendas pelo fato de Eu te haver dito: ‘deveis nascer de novo.’.
8, O vento sopra onde quer, você escuta o seu som, mas não sabe de onde vem, nem para onde vai; assim ocorre com todos os nascidos do Espírito.”
9, Replicou-lhe Nicodemos: “Como pode acontecer isso?”
10, Explicou-lhe Jesus: “Tu és mestre em Israel e não compreendes essas verdades?
11, Em verdade, em verdade te asseguro que nós dizemos do que conhecemos e testemunhamos do que temos visto; contudo, não acolheis o nosso testemunho.
12, Se, falando de assuntos da terra, não me credes, como crereis, se vos falar dos celestiais?
13, Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser Aquele que veio do céu: o Filho do homem que está no céu.
14, Assim como Moisés levantou a serpente no deserto,desse mesmo modo é necessário que o Filho do homem seja levantado,
15, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16, Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17, Portanto, Deus enviou o seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por meio dele.
18, Quem nele crê não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no Nome do Filho unigênito de Deus.
19, E o julgamento é este: que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
20, Pois todo aquele que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam expostas.
21, Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas em Deus.”
João Batista exalta Jesus
22, Depois disso, Jesus e seus discípulos foram para a terra da Judeia; ali permaneceu com eles e batizava.
23, E João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas, e o povo vinha para ser batizado.
24, Porquanto João ainda não tinha sido aprisionado.
25, Então surgiu uma discussão, entre alguns discípulos de João e os judeus, sobre a purificação.
26, E se dirigiram a João e lhe disseram: “Rabi, aquele que estava contigo do outro lado do Jordão, de quem tens dado testemunho, está batizando, e todos estão indo ao encontro dele.”
27, Ao que João esclareceu: “Um homem não pode receber coisa alguma, a não ser que lhe tenha sido dada do céu.
28, Vós mesmos sois testemunhas do que vos disse: eu não sou o Cristo, mas fui enviado como seu precursor.
29, O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que lhe serve e o ouve, alegra-se grandemente por causa da voz do noivo. Portanto, essa satisfação já se cumpriu em mim.
30, É necessário que Ele cresça e que eu diminua.
31, Quem vem das alturas está acima de todos; aquele que vem da terra é terrestre e fala da terra; quem veio do céu está acima de todos.
32, Ele testifica o que tem visto e ouvido; mas ninguém aceita o seu testemunho.
33, Aquele que aceita o seu testemunho, certifica que Deus é verdadeiro.
34, Pois o enviado de Deus fala as palavras de Deus, porque Deus não dá o Espírito com limitações.
35, O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou em suas mãos.
36, Quem crê no Filho tem a vida eterna; aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.”
JESUS 4 – JESUS VAI PARA A GALILÉIA
1, Por isso, quando o Senhor soube que os fariseus ouviram que Ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João,
2, embora Jesus mesmo não batizasse, mas, sim, os seus discípulos,
3, deixou a Judeia e partiu uma vez mais para a Galileia.
4, Entretanto, era-lhe necessário atravessar por Samaria.
5, Assim, chegou a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, perto das terras que Jacó dera a seu filho José.
6, Havia ali a fonte de Jacó. Jesus, todavia, cansado da viagem, sentou-se à beira do poço. Isso aconteceu por volta da hora sexta.
7, Nisso, uma mulher de Samaria veio tirar água. Pediu-lhe Jesus: “Dá-me um pouco de água para beber.”
8, Pois seus discípulos haviam ido à cidade comprar alimentos.
9, Então lhe respondeu a mulher de Samaria: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, uma mulher samaritana?”
10, Jesus respondeu a ela: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é o que te pede: ‘dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva.”
11, Indagou-lhe a mulher: “Senhor, tu não tens com que pegar água, e o poço é fundo; onde tu podes conseguir essa água viva?
12, Acaso tu és maior do que nosso pai Jacó que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu e, bem assim, seus filhos e seu gado?”
13, Jesus afirmou-lhe: “Quem beber dessa água terá sede outra vez;
14, aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.”
15, A mulher lhe pediu: “Senhor! Dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água.”
16, Pediu-lhe Jesus: “Vai, chama teu marido e volta aqui.”
17, Confessou-lhe a mulher: “Não tenho marido.” Replicou-lhe Jesus: “Respondeste acertadamente, ao dizer que não tens marido;
18, pois cinco maridos já tiveste, e esse homem com quem tu agora vives não é teu marido; quanto a isso falaste a verdade.”
19, Reconheceu a mulher: “Senhor, eu percebo que tu és um profeta!
20, Nossos pais adoravam sobre este monte, mas vós, judeus, dizeis que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.”
21, Declarou Jesus a ela: “Mulher, podes crer-me, está próxima a hora quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22, Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.
23, Mas a hora está chegando, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai, em espírito e em verdade; pois são esses que o Pai procura para seus adoradores.
24, Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.”
25, A mulher disse a Jesus: “Eu sei que o Messias está para vir. Quando Ele vier, Ele nos esclarecerá sobre tudo.”
26, Assegurou-lhe Jesus: “Eu, que te falo, sou o Messias.”
A grande colheita
27, Neste ponto, chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse conversando com uma mulher; todavia, ninguém lhe perguntou: “Que queres saber?” Ou: “Por que falas com ela?”
28, A mulher, então, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse aos homens:
29, “Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Não seria esse o Cristo?”
30, Saíram, pois, da cidade e foram para onde Jesus estava.
31, Enquanto isso, os discípulos insistiam com Ele: “Mestre, come!”
32, Mas Ele lhes disse: “Tenho um alimento para comer que vós não conheceis.”
33, Então os discípulos disseram uns aos outros: “Será que alguém lhe teria trazido algo para comer?”
34, Explicou-lhes Jesus: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra.
35, Não dizeis vós: ‘Ainda há quatro meses até a colheita?’. Eu, porém, vos afirmo: erguei os olhos e vede os campos, pois já estão brancos para a colheita.
36, Aquele que ceifa recebe o seu salário e colhe fruto para a vida eterna, e assim se alegram juntos o semeador e o ceifeiro.
37, Dessa forma, é verdadeiro o ditado: ‘Um semeia, e o outro colhe.’.
38, Eu vos enviei para ceifar o que não plantaste. Outros realizaram o cultivo, e vós usufruístes do labor deles.”
O salvador do mundo
39, Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude da palavra daquela mulher que testemunhara: “Ele me disse tudo quanto tenho feito.”
40, Assim, quando os samaritanos se encontraram com Jesus, insistiram em que se hospedasse com eles, e Ele ficou dois dias.
41, E muitos outros creram, por causa da sua Palavra.
42, Então disseram à mulher: “Agora cremos, não somente por causa do que tu falaste, mas porque nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo,o Salvador do mundo.”
Jesus é bem recebido na Galileia
43, Depois daqueles dois dias, Ele partiu dali para a Galileia.
44, O próprio Jesus havia testemunhado que um profeta não tem honra em sua própria terra.
45, Assim, quando chegou à Galileia, os galileus o receberam bem, porque viram todas as coisas que Ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa à qual eles também tinham comparecido.
A cura do filho de um oficial
46, Então Jesus voltou mais uma vez a Caná da Galileia, onde transformara água em vinho. E ali havia um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum.
47, Quando ele ouviu que Jesus havia chegado à Galileia, vindo da Judeia, dirigiu-se até Ele e lhe implorou que descesse para curar seu filho, que estava a ponto de morrer.
48, E Jesus lhe disse: “A menos que vejais os sinais e maravilhas, nunca crereis.”
49, O oficial do rei disse a Jesus: “Senhor, desce, antes que o meu menino morra!”
50, Assegurou-lhe Jesus: “Pode seguir, o teu filho vive.” O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu.
51, E, quando estava descendo, a caminho, seus servos vieram ao seu encontro e lhe deram a notícia: “Teu filho vive!”
52, Então, inquiriu deles a hora em que o menino havia melhorado, e eles lhe disseram: “Ontem, à hora sétima, a febre o deixou.”
53, Assim, o pai reconheceu ser aquela a mesma hora em que Jesus lhe dissera: “O teu filho vive.” E creu ele e todos os que viviam em sua casa.
54, Esse foi o segundo sinal realizado por Jesus, depois que veio da Judeia para a Galileia.
JOÃO 5 – CURA EM BETHESDA
1, Algum tempo depois, havia uma festa dos judeus, e Jesus subiu para Jerusalém.
2, Existe em Jerusalém, perto da Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, tendo cinco pavilhões.
3, Nestes, ficava grande multidão de enfermos, cegos, mancos e paralíticos, esperando pelo movimento nas águas.
4, De certo em certo tempo, descia um anjo do Senhor e agitava as águas. O primeiro que entrasse no tanque, depois de agitadas as águas, era curado de qualquer doença que tivesse.
5, Estava ali um certo homem, enfermo havia trinta e oito anos.
6, Quando Jesus o viu deitado, e sabendo que estava assim havia muito tempo, perguntou-lhe: “Queres ser curado?”
7, O homem enfermo queixou-se: “Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto estou indo, desce outro antes de mim.”
8, Ordenou-lhe Jesus: “Levanta-te, apanha o teu leito e anda.”
9, Imediatamente o homem ficou curado, pegou seu leito e andou. E aquele dia era sábado.
10, Por isso, disseram os judeus ao que fora curado: “É sábado e não te é permitido carregar o leito.”
11, O homem respondeu a eles: “Aquele que me curou ordenou-me: ‘Apanha o teu leito e anda’!”
12, Então lhe perguntaram: “Quem é o homem que te disse: ‘Apanha o teu leito e anda’?”
13, Mas o homem que havia sido curado não sabia quem era; pois Jesus tinha se retirado, sendo que havia uma multidão naquele lugar.
14, Mais tarde, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: “Veja que já estás curado; não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior.”
15, O homem partiu e disse aos judeus que fora Jesus quem o havia curado.
Honra o Pai e o Filho
16, Por essa razão, os judeus perseguiam a Jesus e tentavam matá-lo, pois Ele estava fazendo essas coisas durante o sábado.
17, Mas Jesus respondeu a eles: “Meu Pai continua trabalhando até agora, e Eu também estou trabalhando.”
18, Por isso, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu Pai, fazendo a si próprio igual a Deus.
19, Retomando a palavra, explanou Jesus: “Em verdade, em verdade vos asseguro, que o Filho nada pode fazer de si mesmo, mas somente pode fazer o que vê o Pai fazer, pois o que este fizer, o Filho semelhantemente o faz.
20, Porque o Pai ama o Filho, e lhe mostra todas as coisas que realiza. E maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis.
21, Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, assim também o Filho dá a vida a quem Ele desejar.
22, Assim, o Pai a ninguém julga, mas confiou todo o julgamento ao Filho,
23, a fim de que todos honrem o Filho exatamente como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.
24, Em verdade, em verdade vos asseguro: quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.
25, Mais uma vez, verdadeiramente vos afirmo: vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.
26, Pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, igualmente outorgou ao Filho ter vida em si mesmo.
27, E também lhe deu autoridade para executar julgamento, porque é o Filho do homem.
28, Não vos admireis quanto a isso, pois está chegando a hora em que todos os que repousam nos túmulos ouvirão a sua voz
29, e sairão; os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e aqueles que tiverem praticado o mal, para a ressurreição da condenação.
30, Por mim mesmo, nada posso fazer; conforme ouço, assim julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco agradar a meu próprio desejo, mas satisfazer a vontade do Pai que me enviou.
31, Se Eu der testemunho acerca de mim mesmo, o meu testemunho não será válido.
32, Há outro que testemunha a meu favor, e Eu sei que o seu testemunho acerca de mim é verdadeiro.
33, Vós enviastes representantes a João, e ele deu testemunho da verdade.
34, Eu, entretanto, não busco o testemunho dos homens, mas digo essas verdades para que sejais salvos.
35, Ele era uma candeia que queimava e iluminava, e vós quisestes, por um momento, rejubilar-vos na sua luz.
36, Todavia Eu tenho um testemunho maior do que o de João; a própria obra que o Pai me deu para consumar, e que estou realizando, testemunha que o Pai me enviou.
37, E o Pai que me enviou, Ele mesmo testemunhou sobre mim. Jamais ouvistes a sua voz, nem contemplastes a sua face.
38, Igualmente não tendes a sua Palavra habitando em vós, porque não credes naquele a quem Ele enviou.
39, Vós examinais criteriosamente as Escrituras,porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testemunham acerca de mim.
40, Todavia, vós não quereis vir a mim para terdes a vida.
41, Eu não aceito honra que procede dos homens.
42, Mas Eu vos conheço bem e sei que não tendes em vós o amor de Deus.
43, Eu vim em Nome de meu Pai, e vós não me recebeis. Se outro vier em seu próprio nome, declaro-vos que o recebereis.
44, Como podeis crer, vós que recebeis honra uns dos outros, mas não buscais a glória que vem do Deus único?
45, Não penseis que Eu vos acusarei diante do Pai. Quem vos acusa é Moisés, em quem tendes depositado a vossa esperança.
46, Todavia, se de fato crêsseis em Moisés, de igual modo haveríeis de crer em mim, pois foi a meu respeito que ele escreveu.
47, Mas, se não credes em seus escritos, como crereis em minhas palavras?”
JOÃO 6 – QUINHENTOS SÃO ALIMENTADOS
1, Passado algum tempo, Jesus foi para a outra margem do mar da Galileia, que é o mar de Tiberíades.
2, Então, uma grande multidão o seguia, porque tinham visto os sinais que Ele realizava nos enfermos.
3, E Jesus subiu ao monte, e sentou-se ali com seus discípulos.
4, Ora, a Páscoa, uma festa dos judeus, estava próxima.
5, Jesus ergueu os olhos e, vendo uma grande multidão que vinha em sua direção, disse a Filipe: “Onde compraremos pães para lhes dar a comer?”
6, Mas disse isso apenas para o provar, pois Ele bem sabia o que ia fazer.
7, Filipe lhe respondeu: “Duzentos denários não seriam suficientes para que cada um recebesse um pequeno pedaço de pão.”
8, Um de seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse a Jesus:
9, “Há aqui um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixes pequenos; mas de que servem no meio de tanta gente?”
10, Então Jesus disse: “Fazei que o povo se assente”; pois havia muita grama naquele lugar. Assim, assentaram-se os homens em número de quase cinco mil.
11, Jesus pegou os pães e, tendo dado graças, repartiu-os entre os discípulos,e para os que estavam assentados; e da mesma maneira se fez com os peixes, tanto quanto desejaram.
12, E quando estavam fartos, disse Jesus aos seus discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca.”
13, Assim sendo, eles os ajuntaram e encheram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada, deixados por aqueles que haviam comido.
14, Então, vendo aqueles homens o sinal que Jesus havia realizado, disseram: “Este é, verdadeiramente, o Profeta que devia vir ao mundo.”
Jesus caminha sobre o mar
15, Percebendo, então, Jesus, que estavam prestes a vir e levá-lo à força para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte.
16, Ao anoitecer, seus discípulos desceram para o mar.
17, Entraram num barco e passaram para o outro lado, rumo a Cafarnaum. Já estava escuro, e Jesus ainda não havia chegado até eles.
18, O mar agitava-se devido ao forte vento que soprava.
19, Quando eles haviam remado uns vinte e cinco a trinta estádios, viram Jesus aproximando-se do barco, andando sobre o mar, e ficaram amedrontados.
20, Mas Ele tranquilizou-os dizendo: “Sou eu! Não temais.”
21, Então, eles, de boa vontade, o receberam no barco, e imediatamente chegaram à praia para a qual se dirigiam.
Jesus é o pão do céu
22, No dia seguinte, as pessoas que ficaram do outro lado do mar viram que ali não havia senão um barco e Jesus não havia entrado nele com seus discípulos, mas que eles tinham partido sós.
23, Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, próximo do lugar onde o povo havia comido o pão, após o Senhor haver dado graças.
24, Quando as pessoas da multidão perceberam que Jesus não estava ali nem seus discípulos, entraram em seus barcos e partiram para Cafarnaum à procura de Jesus.
25, E, tendo-o encontrado do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre, quando chegaste aqui?”
26, Jesus respondeu a eles assim: “Em verdade, em verdade vos afirmo: vós me buscais não porque vistes os sinais, mas porque comestes os pães e vos fartastes.
27, Trabalhai, não pelo alimento que se perde, mas pela comida que permanece para a vida eterna, alimento que o Filho do homem vos dará; pois Deus, o Pai, colocou o seu selosobre Ele.”
28, Então, eles questionaram a Jesus: “O que faremos para realizar as obras de Deus?”
29, Jesus lhes asseverou: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por Ele foi enviado.”
30, Por esse motivo o desafiaram: “Que sinal poderás realizar para que o vejamos e creiamos em ti? Que obra farás?
31, Nossos pais comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão do céu’.”
32, Respondeu-lhes, então, Jesus: “Em verdade, em verdade vos asseguro: não foi Moisés quem vos deu o Pão do céu; mas é meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu.
33, Pois o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo.”
34, Então, eles pediram a Jesus: “Senhor, dá-nos sempre desse pão.”
35, Diante disso, Jesus ministrou-lhes: “Eu sou o Pão da Vida; aquele que vem a mim jamais terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.
36, Todavia, como Eu vos disse, embora me tenhais visto, ainda não credes.
37, Todo aquele que o Pai me der, esse virá a mim; e o que vem a mim, de maneira alguma o excluirei.
38, Pois Eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
39, E esta é a vontade do Pai, o qual me enviou: que Eu não perca nenhum de todos os que Ele me deu, mas que Eu os ressuscite no último dia.
40, De fato, esta é a vontade daquele que me enviou: que todo aquele que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia.”
Jesus não é compreendido
41, Então, os judeus começaram a se queixar dele, porque dissera: “Eu sou o pão que desceu do céu.”
42, E comentavam: “Não é este Jesus, o filho de José? Cujo pai e mãe nós conhecemos? Como pode então Ele dizer: ‘Eu desci do céu’?”
43, Por essa razão Jesus assim respondeu-lhes: “Não murmureis entre vós.
44, Ninguém pode vir a mim a menos que o Pai, o qual me enviou, o atrair; e Eu o ressuscitarei no último dia.
45, Está escrito nos Profetas: ‘E serão todos ensinados por Deus’. Sendo assim, todo aquele que ouve o Pai e dele aprende, vem a mim.
46, Não que alguém tenha visto o Pai, a não ser Aquele que vem de Deus. Só Ele viu o Pai.
47, Em verdade, em verdade vos asseguro: aquele que crê em mim tem a vida eterna.
48, Eu sou o Pão da Vida.
49, Vossos pais comeram o maná no deserto e estão mortos.
50, Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não morra.
51, Eu sou o Pão Vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que deverei dar pela vida do mundo é a minha carne.”
52, Houve, então, grande discussão entre os judeus e esbravejavam uns com os outros: “Como pode este homem dar-nos a comer a sua própria carne?”
53, Então Jesus os advertiu: “Em verdade, em verdade vos afirmo: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida dentro de vós.
54, Todo aquele que comer a minha carne e beber o meu sangue tem vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia.
55, Pois a minha carne é verdadeira comida, e meu sangue é verdadeira bebida.
56, Aquele que come a minha carne e bebe meu sangue permanece em mim, e Eu nele.
57, Assim como o Pai, que vive, me enviou e Eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa.
58, Este é o pão que desceu do céu. De modo algum comparável ao maná comido por vossos pais, que agora estão mortos. Aquele que comer deste Pão viverá para sempre.”
59, Essas verdades disse Jesus, enquanto ensinava na sinagoga em Cafarnaum.
Muitos discípulos deixam Jesus
60, Portanto, muitos dos seus discípulos, ao ouvirem isso, disseram: “Dura é essa declaração. Quem poderá compreendê-la?”
61, Quando Jesus percebeu, em seu íntimo, que seus discípulos estavam murmurando por causa de suas palavras, inquiriu-os: “Isso vos escandaliza?
62, O que acontecerá quando virdes o Filho do homem ascender para o lugar onde estava antes?
63, É o Espírito quem dá vida; a carne em nada se aproveita; as palavras que Eu vos tenho dito são Espírito e são vida.
64, Entretanto, existem alguns de vós que não crêem.” Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o iria trair.
65, E continuou: “É por isso que Eu vos tenho dito que ninguém pode vir a mim, a não ser que isso lhe seja concedido por meu Pai.”
66, Daquele momento em diante, muitos dos seus discípulos recuaram e não mais andaram com Ele.
67, Então Jesus interpelou os doze: “Vós também desejais ir embora?”
68, Mas Simão Pedro respondeu a Ele: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna.
69, Sendo assim, nós temos crido e reconhecido que Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo.”
70, Então Jesus acrescentou: “Não vos escolhi, Eu, aos doze? Todavia, um dentre vós é um diabo.”
71, Falava de Judas, o filho de Simão Iscariotes. Este, ainda que fosse um dos doze, mais tarde o haveria de trair.
JOÃO 7 – JESUS ENSINA NA FESTA
1, Depois desses fatos, Jesus andou pela Galileia, porque não queria passar pela Judeia, pois os judeus procuravam matá-lo.
2, Nessa ocasião, a festa judaica dos Tabernáculos estava próxima.
3, Sendo assim, os irmãos de Jesus lhe disseram: “Parte deste lugar e vai para a Judeia, para que os teus discípulos, semelhantemente, vejam as obras que fazes.
4, Porque ninguém age às ocultas enquanto procura ser publicamente reconhecido. Se realizas estas obras, manifesta-te ao mundo.”
5, Pois nem mesmo seus irmãos acreditavam nele.
6, Então Jesus lhes afirmou: “O meu tempo ainda não chegou; para vós, porém, qualquer hora é correta.
7, O mundo não pode odiar-vos, mas odeia a mim, pois Eu dou testemunho de que suas obras são más.
8, Podeis vós subir à festa. Eu, neste momento, não subo para essa festa, porque o meu tempo apropriado ainda não chegou por completo.”
9, E tendo dito essas palavras a eles, permaneceu na Galileia.
O Mestre celeste
10, Mas, após seus irmãos terem subido, então, Ele também subiu para a festa, não abertamente, mas em segredo.
11, Então, os judeus o procuravam na festa e especulavam: “Onde estará le?”
12, E havia grande murmuração entre o povo a respeito dele. Alguns comentavam: “Ele é bom.” E outros: “Não, ao contrário, Ele ilude o povo.”
13, Todavia, ninguém falava dele em público, por medo dos judeus.
14, Assim, próximo ao meio da festa, Jesus subiu ao templo e ensinava.
15, E os judeus, maravilhados, diziam: “Como sabe este homem letras, sem nunca ter estudado?”
16, Respondeu-lhes Jesus: “A minha doutrina não é minha, e sim, daquele que me enviou.
17, Se alguém desejar fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela vem de Deus ou se Eu falo por minha própria autoridade.
18, Aquele que fala por si mesmo está procurando a sua própria glória; mas o que procura a glória de quem o enviou, esse é verdadeiro, e nele não há injustiça.
19, Não foi Moisés quem vos deu a Lei? Entretanto, nenhum de vós pratica a Lei. Por que procurais matar-me?”
20, Contestou o povo: “Tu estás com um demônio! Quem está procurando matar-te?”
21, Jesus respondeu a eles, dizendo: “Realizei só uma obra, e todos vos assombrais.
22, Por causa de Moisés vos haver dado a circuncisão , vós circuncidais um homem no sábado.
23, E, se um homem pode receber a circuncisão no sábado, para que a Lei de Moisés não seja quebrada, por que vos irais contra mim por Eu ter curado completamente um homem no sábado?
24, Não julgueis de acordo com a aparência, mas decidi com justos julgamentos.” Jesus é o Messias!
25, Então, alguns de Jerusalém diziam: “Não é este aquele a quem procuram matar?
26, Mas observai! Ele fala atrevidamente, e eles não lhe dizem nada. Será que as autoridades reconhecem que Ele é verdadeiramente o Messias?
27, Entretanto, nós sabemos de onde é este homem; quando o Cristo vier, ninguém saberá de onde Ele é.”
28, Então Jesus, enquanto ensinava no templo, proclamou: “Vós não somente me conheceis, como também sabeis de onde Eu Sou; e não vim porque Eu, de mim mesmo, o desejasse, mas Aquele que me enviou é verdadeiro; Aquele a quem vós não conheceis.
29, Mas Eu o conheço, porque venho dele e por Ele fui enviado.”
30, Por isso, procuravam prendê-lo; mas ninguém lhe pôs a mão, pois ainda não era chegada a sua hora.
31, E muitos que estavam na multidão, acreditaram nele e afirmaram: “Quando o Cristo vier, fará, porventura, mais sinais do que esses feitos por este homem?”
Jesus e os líderes religiosos
32, Os fariseus ouviram a multidão fomentando esses comentários a respeito dele. Então os chefes dos sacerdotes e os fariseus enviaram guardas do templo para o prenderem.
33, Exclamou, então, Jesus: “Eu ainda estarei convosco por pouco tempo e logo irei para Aquele que me enviou.
34, Vós procurareis por mim, mas não me encontrareis; e onde Eu estou vós não podeis chegar.”
35, Então os judeus comentaram entre si: “Para onde Ele pretende ir, que não o possamos encontrar? Planeja ir para a Dispersão entre os gregos, para ensinar a eles?
36, Qual é o significado do que Ele disse: ‘Vós procurareis por mim, mas não me encontrareis; e onde Eu estou vós não podeis chegar’?”
A promessa do Espírito Santo
37, No último dia, o mais solene dia da festa, Jesus colocou-se em pé e clamou em pranto: “Se alguém tem sede, deixai-o vir a mim para que beba.
38, Aquele que crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.”
39, Mas Ele se referiu ao Espírito que, mais tarde, receberiam os que nele cressem; pois o Espírito Santo até aquele momento não fora concedido, porque Jesus não havia sido ainda glorificado. Quem é Jesus Cristo?
40, Então, muitos dentre a multidão, quando ouviram essas palavras, disseram: “Verdadeiramente este é o Profeta.”
41, Outros concluíram: “Este é o Messias.” Mas, alguns divergiram: “Como pode o Cristo vir da Galileia?
42, Não diz a Escritura que o Cristo virá da semente de Davi, da cidade de Belém, de onde era Davi?”
43, Assim houve uma divisão entre o povo por causa dele.
44, E alguns dentre o povo quiseram prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos.
Rejeitado pelas autoridades
45, Então, os guardas do templo voltaram aos chefes dos sacerdotes e aos fariseus, os quais lhes inquiriram: “Por que não o trouxestes?”
46, Os guardas explicaram: “Nenhum homem jamais falou como este Homem!”
47, Replicaram-lhes os fariseus: “Será possível que fostes vós também iludidos?
48, Porventura, acreditou nele alguém das autoridades ou dos fariseus?
49, E, quanto a esse povo comum, que nada sabe da Lei, são uns malditos!”
50, Nicodemos, sendo um dos sacerdotes, o qual estivera com Jesus à noite, questionou-os:
51, “Acaso a nossa lei julga um homem, sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele está fazendo?”
52, Eles responderam-lhe: “És igualmente tu um galileu? Procura e verás que nenhum profeta se levantou na Galileia.”
53, Depois disso, cada um foi para a sua casa.
JOÃO 8 – MULHER ADÚLTERA
1, Entretanto, Jesus seguiu para o monte das Oliveiras.
2, Ao amanhecer, Ele voltou ao templo, e todo o povo achegava-se ao seu redor. Então, Ele se assentou e lhes ensinava.
3, Os escribas e fariseus trouxeram até Ele uma mulher surpreendida em adultério. Forçaram-na a ficar em pé no meio de todos,
4, e disseram a Ele: “Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante ato de adultério.
5, Assim sendo, Moisés, na Lei, nos mandou que tais mulheres sejam apedrejadas. Todavia, tu, que dizes a este respeito?”
6, Eles falavam assim para prová-lo e terem alguma coisa de que o acusar.Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo, como se não tivesse ouvido.
7, Porque insistiram na pergunta, Ele se levantou e lhes disse: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro a lhe atirar uma pedra.”
8, E, novamente, inclinou-se e escrevia na terra.
9, Então, aqueles que ouviram isso, sendo convencidos por suas consciências, foram se retirando um por um, começando pelos mais velhos até o último. Jesus foi deixado só, e a mulher ficou em pé onde estava.
10, Quando Jesus se ergueu, não vendo a ninguém mais, além da mulher, disse a ela: “Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?”
11, Disse ela: “Ninguém, Senhor.” E assim lhe disse Jesus: “Nem Eu te condeno; podes ir e não peques mais.”
Jesus defende seu testemunho
12, Falando novamente ao povo, disse Jesus: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue, não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”
13, Os fariseus, todavia, lhe indagaram: “Tu dás testemunho a respeito de ti mesmo; logo o teu testemunho não é válido.”
14, Respondeu Jesus, assegurando-lhes: “Ainda que Eu testifique de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, pois sei de onde vim e para onde vou. Todavia, vós não sabeis de onde venho e para onde vou.
15, Vós julgais de acordo com a carne; Eu a ninguém julgo.
16, E mesmo que Eu julgue, o meu julgamento é verdadeiro, pois não estou só, mas Eu estou com o Pai, que me enviou.
17, Está igualmente escrito na vossa lei que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro.
18, Eu testemunho sobre mim mesmo; e o Pai, que me enviou, testemunha a meu favor.”
19, Então, eles perguntaram a Ele: “Onde está o teu pai?” Respondeu-lhes Jesus: “Vós não conheceis nem a mim nem a meu Pai. Se conhecêsseis a mim, da mesma forma conheceríeis a meu Pai.”
20, Essas palavras Jesus proclamou no lugar do gazofilácio, enquanto ainda ensinava no templo; e ninguém o prendeu, pois ainda não era chegada a sua hora.
Jesus anuncia a sua partida
21, Uma vez mais, disse-lhes Jesus: “Estou partindo, e vós procurareis por mim, mas morrereis em vossos pecados; para onde Eu vou, vós não podeis ir.”
22, Então, os judeus comentaram: “Terá Ele a intenção de se matar? E, por isso diz: ‘Para onde Eu vou, vós não podeis ir’?”
23, Mas Ele seguiu dizendo-lhes: “Vós sois daqui de baixo; Eu Sou lá de cima. Vós sois deste mundo; Eu deste mundo não sou.
24, Por isso, Eu vos afirmei que morrereis em vossos pecados. Se vós não crerdes que Eu Sou, certamente morrereis em vossos pecados.”
25, Então, indagaram-lhe: “Quem és tu?” E Jesus lhes afirmou: “Exatamente o mesmo que vos tenho dito desde o princípio.
26, Eu tenho muito mais a declarar e julgar a respeito de vós. Pois Aquele que me enviou é digno de toda a confiança, assim, transmito ao mundo as palavras que dele ouvi.”
27, Os judeus, contudo, não entenderam que lhes falava acerca do Pai.
28, Então Jesus preveniu-os: “Quando tiverdes elevado o Filho do homem, então sabereis que Eu Sou, e que nada faço de mim mesmo, mas transmito tudo conforme o meu Pai me ensinou.
29, E Aquele que me enviou está comigo. O Pai não me deixou só, pois Eu sempre cumpro a sua vontade como lhe agrada.”
30, Tendo proferido essas palavras, muitos creram nele.
A verdade que liberta
31, Então, disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos.
32, E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
33, Eles responderam-lhe: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de ninguém. Como podes tu afirmar que seremos libertos?”
34, Jesus explicou-lhes: “Em verdade, em verdade vos asseguro: todo aquele que pratica o pecado é escravo do pecado.
35, O escravo não fica em casa para sempre, mas o filho permanece para sempre.
36, Assim sendo, se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres.
A semente de Abraão e de Satanás
37, Eu sei que sois a descendência de Abraão, entretanto, procurais matar-me, porque a minha Palavra não tem lugar dentro de vós.
38, Eu falo do que tenho visto com meu Pai, e vós fazeis o que ouvistes de vosso pai.”
39, Eles contestaram a Jesus, dizendo: “Abraão é nosso pai.” Mas Jesus os corrigiu: “Se fôsseis filhos de Abraão, vós faríeis as obras de Abraão.
40, Mas, ao contrário, agora procurais matar a mim, um homem que vos tem declarado a verdade, a qual ouviu de Deus. Abraão não procedeu assim.
41, Vós fazeis as obras de vosso pai.” Então lhe asseveraram: “Nós não nascemos de fornicação; nós temos um só Pai, Deus.”
42, Replicou-lhes Jesus: “Se Deus fosse vosso Pai, vós me amaríeis, pois Eu procedo de Deus e estou aqui. Eu não vim por mim mesmo, mas Ele me enviou.
43, Por que vós não podeis entender minha linguagem? É porque vós sois incapazes de ouvir a minha Palavra.
44, Vós pertenceis ao vosso pai, o Diabo; e quereis realizar os desejos de vosso pai. Ele foi assassino desde o princípio, e jamais se apoiou na verdade, porque não existe verdade alguma nele. Quando ele profere uma mentira, fala do que lhe é próprio, pois é um mentiroso e pai da mentira.
45, Mas, porque Eu digo a verdade, vós não credes em mim.
46, Quem de vós pode me condenar por algum pecado? E, se Eu estou dizendo a verdade, por que vós não credes em mim?
47, Aquele que é de Deus, ouve as palavras de Deus. Entretanto, vós não ouvis; porque não sois de Deus.”
Antes de Abraão, Eu Sou
48, Então os judeus, em resposta, lhe disseram: “Não dissemos acertadamente que tu és samaritano e tens um demônio?”
49, Replicou-lhes Jesus: “Eu não tenho um demônio; ao contrário, Eu honro a meu Pai, e vós me desonrais.
50, E além do mais, Eu não estou buscando minha própria glória; existe Um que a busca por mim e a tudo julga.
51, Em verdade, em verdade vos asseguro: se alguém obedecer a minha Palavra, jamais experimentará a morte.”
52, Ao ouvirem isso, exclamaram os judeus: “Agora estamos certos de que tens um demônio. Abraão morreu, e também os profetas, e tu afirmas: ‘se alguém obedecer à minha palavra, jamais experimentará a morte’.
53, És tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? Da mesma forma, os profetas morreram. Quem pretendes ser?”
54, Jesus declarou-lhes: “Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória nada é; quem me glorifica é meu Pai, o qual vós dizeis que é vosso Deus.
55, Todavia, vós ainda não o tendes conhecido, mas Eu o conheço. E se Eu disser que não o conheço, Eu serei um mentiroso, assim como vós. No entanto, Eu verdadeiramente o conheço e obedeço a sua Palavra.
56, Vosso pai Abraão muito se alegrou, pois veria o meu dia; e ele o viu e ficou feliz.”
57, Então os judeus disseram a Jesus: “Tu ainda não tens cinquenta anos, e viste a Abraão?”
58, Respondeu-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos asseguro: antes que Abraão existisse, Eu Sou.”
59, Então, pegaram pedras para apedrejá-lo, mas Jesus esquivou-se e, passando por entre eles, saiu do templo.
JOÃO 9 – A CURA DE UM HOMEM NASCIDO CEGO
1, Ao caminhar, Jesus viu um cego de nascença.
2, E seus discípulos lhe perguntaram: “Rabi, quem pecou, este homem ou seus pais, para que nascesse cego?”
3, Jesus lhes respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que as obras de Deus fossem reveladas na vida dele.
4, Eu devo fazer as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.
5, Durante o tempo em que estiver no mundo, sou a luz do mundo.”
6, Então, tendo dito essas palavras, cuspiu no chão e fez barro com saliva; em seguida ungiu os olhos do cego com aquela mistura.
7, E ordenou ao homem: “Vai, lava-te no tanque de Siloé” . O cego foi, lavou-se e voltou vendo.
8, Portanto, os vizinhos e aqueles que o conheciam como cego, diziam: “Não é este o mesmo homem que costuma ficar sentado, mendigando?”
9, Alguns afirmavam: “É ele mesmo.” Outros comentavam: “Apenas se parece com ele.” Ele mesmo, entretanto, assegurava-lhes: “Sou eu o homem.”
10, Por esse motivo, indagaram-lhe: “Como te foram abertos os olhos?”
11, Ele respondeu: “Um homem chamado Jesus misturou terra com saliva, ungiu meus olhos e disse-me: ‘vai, lava-te no tanque de Siloé.’ Então eu fui, lavei-me, e recebi a visão.”
12, Em seguida lhe perguntaram: “Onde está Ele?” Ao que respondeu: “Não sei.”
O homem curado é expulso
13, Então, levaram o homem que fora cego à presença dos fariseus.
14, E era sábado, quando Jesus fez aquela mistura de barro e abriu os olhos do homem cego.
15, Então, os fariseus também lhe inquiriram como recebera a visão. E o homem tornou a explicar: “Ele aplicou barro aos meus olhos, lavei-me e vejo.”
16, Por esse motivo, alguns dos fariseus alegavam: “Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado.” Outros murmuravam: “Como pode um homem, sendo pecador, realizar milagres como esses?” E, novamente, houve divisão entre eles.
17, Uma vez mais, perguntaram ao homem que fora cego: “Que dizes tu a respeito dele, pelo fato de que abriu os teus olhos?” O homem asseverou-lhes: “Ele é um profeta.”
18, Contudo, os judeus não acreditaram que ele fosse cego e havia recebido a visão, até que fossem chamados os pais daquele que recebera a visão.
19, Então os interrogaram: “É este o vosso filho, o qual vós dizeis que nasceu cego? Como, então, ele pode ver agora?”
20, Os pais lhes responderam: “Sabemos que ele é nosso filho e que nasceu cego.
21, Mas não sabemos o significado de ele estar vendo agora, e também não sabemos quem lhe abriu os olhos. Perguntai a ele, já tem idade. Ele falará de si mesmo.”
22, Seus pais responderam dessa maneira porque estavam com medo dos judeus; pois estes já haviam acordado que, se alguém confessasse que Jesus era o Cristo, seria expulso da sinagoga.
23, Foi por isso que seus pais disseram: “Perguntai a ele, já tem idade.”
24, Então, eles chamaram de novo o homem que fora cego e lhe ordenaram: “Dá glória a Deus! Pois nós sabemos que esse homem é pecador.”
25, Ao que ele retorquiu: “Se ele é um pecador ou não, eu não sei. Todavia, uma verdade eu sei: eu era cego; agora vejo.”
26, E, novamente lhe indagaram: “O que Ele te fez? Como abriu teus olhos?”
27, O homem lhes respondeu: “Eu já o disse, mas vós não credes. Por que desejais ouvir tudo uma vez mais? Acaso também quereis tornar-vos discípulo dele?”
28, Por isso, o insultaram e disseram: “Tu, sim, és um discípulo dele; mas nós somos discípulos de Moisés.
29, Sabemos que Deus falou a Moisés; mas quanto a esse sujeito, nem sabemos de onde vem.”
30, O homem questionou: “Ora, isso é surpreendente! Vós não sabeis de onde Ele vem, e mesmo assim, abriu-me os olhos!
31, É sabido que Deus não ouve pecadores; mas a todo adorador de Deus, e a todo que faz a sua vontade, a esse Ele atende.
32, Desde o início do mundo, jamais se ouviu que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença.
33, Se esse homem não viesse de Deus, não poderia fazer obra alguma.”
34, Então, concluíram: “Tu que nasceste repleto de pecados, pretendes nos ensinar?” E o excluíram.
Os cegos receberão a visão
35, Jesus ouviu que o haviam expulsado, e, quando o encontrou, lhe disse: “Acreditas tu no Filho de Deus?”
36, O homem respondeu: “Quem é Ele, Senhor, para que eu possa nele crer?”
37, E Jesus lhe assegurou: “Tu o estás vendo. É este que te fala.”
38, Então, declarou o homem: “Senhor, eu creio!” E prostrando-se diante de Jesus, o adorou.
39, Então revelou Jesus: “Eu vim a este mundo para julgamento, a fim de que os cegos vejam e os que vêem se tornem cegos.”
40, Alguns fariseus que estavam com Ele, ao ouvirem essas palavras, perguntaram a Jesus: “Porventura, nós também somos cegos?”
41, Afirmou-lhes Jesus: “Se vós fôsseis cegos, não seríeis culpados; mas uma vez que alegais: ‘Nós vemos!’, por essa razão, o pecado persiste dentro de vós.
JOÃO 10 – PARÁBOLA DO BOM PASTOR
1, Em verdade, em verdade vos asseguro: aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas sobe o muro à procura de outra passagem, esse é ladrão e assaltante.
2, Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3, Para esse, o porteiro abre a porta do aprisco, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama cada uma das suas ovelhas pelo nome, e as guia para fora.
4, E depois de conduzir para fora todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque reconhecem a sua voz.
5, Todavia, de modo algum seguirão a um estranho; ao contrário, fugirão dele, porque não conhecem a voz de estranhos.”
6, Jesus falou de forma proverbial, mas eles não compreenderam o significado do que lhes havia falado.
7, Sendo assim, Jesus lhes disse de novo: “Em verdade, em verdade vos asseguro: Eu Sou a porta das ovelhas.
8, Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e assaltantes; porém as ovelhas não os ouviram.
9, Eu Sou a porta. Qualquer pessoa que entrar por mim, será salva. Entrará e sairá; e encontrará pastagem.
10, O ladrão não vem, senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida, e vida em plenitude.
11, Eu Sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
12, O mercenário, que não é o pastor a quem as ovelhas pertencem, vê a aproximação do lobo, abandona as ovelhas e foge. Então, o lobo as apanha e dispersa o rebanho.
13, O mercenário foge, porque é um mercenário e não tem zelo pelas ovelhas.
14, Eu Sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e sou conhecido por elas;
15, assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai; e entrego minha vida pelas ovelhas.
16, Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco, as quais devo da mesma maneira trazer; elas ouvirão minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.
17, Por esse motivo o Pai me ama; porque Eu entrego a minha vida para retomá-la.
18, Ninguém a tira de mim; antes Eu a entrego de espontânea vontade. Tenho poder para entregá-la, e poder para retomá-la. Esse é o mandamento que recebi de meu Pai.”
Mais uma divisão entre os judeus
19, Por causa dessas palavras, houve novamente divisão entre os judeus.
20, E muitos deles murmuravam: “Ele tem um demônio e enlouqueceu. Por que vós o escutais?”
21, Outros ponderavam: “Essas palavras não são de alguém que tem um demônio. Pode, porventura, um demônio abrir os olhos dos cegos?”
O pastor conhece suas ovelhas
22, Naquela ocasião, celebrava-se a Festa da Dedicação em Jerusalém, e era inverno.
23, E Jesus caminhava dentro do templo, pelo Pórtico de Salomão.
24, Então, os judeus rodearam a Jesus para indagar-lhe: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se és o Cristo, dize-nos claramente.”
25, Respondeu-lhes Jesus: “Eu já vo-lo disse, e vós não acreditais. As obras que realizo em Nome de meu Pai testemunham a meu favor.
26, Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas, como já vos afirmei.
27, As minhas ovelhas ouvem a minha voz; Eu as conheço, e elas me seguem.
28, Eu lhes dou a vida eterna, e elas nunca perecerão; tampouco ninguém as poderá arrancar da minha mão.
29, Meu Pai, que as deu a mim, é maior do que todos, ninguém é capaz de arrancá-las da mão de meu Pai.
30, Eu e o Pai somos um.”
31, E por isso, uma vez mais, os judeus pegaram pedras para apedrejá-lo.
32, Mas Jesus os interpelou: “Eu tenho vos revelado muitas obras boas da parte do meu Pai. Por qual dessas obras vós quereis lapidar-me?
33, Os judeus responderam-lhe assim: “Por nenhuma boa obra nós te lapidaremos, mas sim por blasfêmia, e porque, sendo tu um simples homem, te fazes passar por Deus.”
34, Jesus lhes contestou: “Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: sois deuses?’
35, Se Ele chamou ‘deuses’ àqueles a quem veio a Palavra de Deus,
36, como vós dizeis daquele a quem o Pai santificou e enviou a esse mundo: ‘Tu blasfemas!’, porque vos declarei: ‘Eu Sou o Filho de Deus?’
37, Se não faço as obras de meu Pai, não acreditais em mim.
38, Mas se as faço, mesmo que não acreditais em mim, crede nas obras, para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e Eu estou no Pai.”
39, Contudo, uma vez mais tentaram prendê-lo, mas Ele se livrou das mãos deles.
Os crentes além do Jordão
40, Sendo assim, novamente Jesus atravessou o Jordão e foi para o lugar onde João batizava no início do seu ministério, e ali ficou.
41, Então, muitos vinham até Jesus, exaltando: “João não realizou nenhum sinal; todavia, tudo quanto falou a respeito deste Homem era verdade.”
42, E, naquele povoado, muitos creram em Jesus.
JOÃO 11 – MORTE E RESSURREIÇÃO DE LÁZARO
1, Um certo homem chamado Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta, estava doente.
2, Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava doente, era a mesma que ungiu com óleo perfumado o Senhor e lhe enxugou os pés com os próprios cabelos.
3, Assim sendo, as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: “Senhor! Eis que aquele a quem amas está enfermo.”
4, Ao saber do ocorrido, disse Jesus: “Essa enfermidade não terminará em morte; mas sim, para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela.”
5, E Jesus amava Marta, a irmã dela, e a Lázaro.
6, Contudo, quando soube que Lázaro estava doente, ficou mais dois dias no lugar onde estava.
7, Depois disso, falou a seus discípulos: “Vamos voltar para a Judeia.”
8, Ao que lhe advertiram os discípulos: “Rabi, há pouco os judeus tentaram apedrejar-te, e mesmo assim estás indo para lá outra vez?”
9, Jesus lhes respondeu: “Não são doze as horas do dia? Se alguém caminhar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo;
10, mas, se caminhar na noite, tropeça, porque a luz não está nele.”
11, Tendo dito essas palavras, prosseguiu explicando-lhes: “Nosso amigo Lázaro dorme, mas Eu vou até lá para despertá-lo.”
12, Então seus discípulos lhe disseram: “Senhor, se ele está dormindo, vai ficar melhor.”
13, Entretanto, Jesus lhes havia falado da morte de Lázaro; mas os discípulos pensaram que Jesus estivesse se referindo ao repouso do sono.
14, Ao que Jesus lhes disse claramente: “Lázaro morreu;
15, e, para o vosso bem, estou alegre por não ter estado lá; para que agora possais crer. Sendo assim, vamos ter com ele.”
16, Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus companheiros discípulos: “Vamos também nós para morrermos com ele!”
Eu Sou a ressurreição e a vida
17, Ao chegar, encontrou Lázaro já sepultado havia quatro dias.
18, Ora, Betânia ficava próxima de Jerusalém, cerca de quinze estádios.
19, E muitos, dentre os judeus, tinham vindo juntar-se ao grupo de mulheres que procuravam confortar Marta e Maria, pela morte do irmão.
20, Assim que Marta ouviu que Jesus estava a caminho, saiu ao seu encontro; Maria, no entanto, ficou sentada em casa.
21, Disse Marta a Jesus: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
22, Mas sei que, mesmo agora, seja o que for que pedires a Deus, Ele te dará.”
23, Jesus então assegurou-lhe: “O teu irmão ressuscitará!”
24, E Marta lhe disse: “Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição, no último dia.”
25, Esclareceu-lhe Jesus: “Eu Sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, mesmo que morra, viverá;
26, e todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Tu crês nisso?”
27, Ela lhe afirmou: “Sim, Senhor, eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo.”
Jesus vence a morte
28, Depois de dizer essas palavras, Marta seguiu seu caminho e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: “O Mestre chegou, e chama por ti.”
29, Assim que Maria ouviu isso, levantou-se apressadamente e foi ao encontro dele.
30, Jesus ainda não havia entrado no povoado, mas estava onde Marta o encontrara.
31, Os judeus que estavam com Maria em casa e a consolavam, vendo que ela se levantou apressadamente e saiu, seguiram-na, julgando que ela fosse ao sepulcro para ali chorar.
32, Então, quando Maria chegou ao lugar onde Jesus estava, vendo-o, prostrou-se aos seus pés e desabafou: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.”
33, Sendo assim, ao ver Maria chorando, bem como os judeus que vieram com ela, Jesus indignou-se no espírito e compadeceu-se.
34, Perguntou-lhes Jesus: “Onde o colocastes?” E eles indicaram-lhe: “Senhor, vem e vê!”
35, Jesus chorou.
36, Então os judeus comentaram: “Vede como Ele o amava!”
37, Mas alguns deles questionaram: “Não poderia este homem, que abriu os olhos do cego, ter evitado que seu amigo morresse?”
Jesus ressuscita seu amigo
38, Então, novamente Jesus se indigna em seu espírito, e comovido dirige-se ao sepulcro. Era uma gruta na rocha com uma pedra fechando a entrada.
39, Determinou Jesus: “Tirai a pedra!” Preveniu-lhe Marta, irmã do falecido: “Senhor, ele já cheira mal, pois já se passaram quatro dias.”
40, Encorajou-a Jesus: “Eu não te falei que, se creres, verás a glória de Deus?”
41, Então, tiraram a pedra da entrada do lugar onde o homem morto estava deitado. E Jesus, levantando seus olhos aos céus, agradeceu: “Pai, dou-te graças porque me ouviste.
42, Eu sei que sempre me ouves, mas disse isso por causa da multidão que está ao meu redor, para que creiam que Tu me enviaste.”
43, E, tendo dito essas palavras, clamou em alta voz: “Lázaro, vem para fora!”
44, Então, o homem que havia morrido, saiu da gruta, tendo os pés e as mãos atados com faixas de linho e o rosto envolto com um pano. E Jesus orientou-os: “Retirai as faixas dele e deixai-o seguir.”
A trama para matar Jesus
45, Assim, muitos dentre os judeus, que tinham vindo consolar Maria, vendo o que Jesus fizera, creram nele.
46, Mas alguns deles foram até os fariseus e os informaram de tudo quanto Jesus havia feito.
47, Então, os chefes dos sacerdotes e os fariseus convocaram uma reunião do Sinédrio. E disseram: “O que poderemos fazer? Pois esse homem realiza muitos sinais.
48, Se o deixarmos seguir livre, todos acreditarão nele, e então virão os romanos e tomarão tanto o nosso lugar,como a nossa nação.”
49, Entretanto, um dentre eles, chamado Caifás, que naquele ano era o sumo sacerdote, disse a eles: “Vós falais do que não compreendeis.
50, Nem considerais que é do vosso interesse que morra um só homem pelo povo, e não pereça toda a nação.”
51, Por outro lado, ele não revelou isso de si mesmo, mas sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizouque Jesus morreria pela nação judaica.
52, E não somente por aquela nação, mas também para congregar em um só povo os filhos de Deus que andam espalhados pelo mundo.
53, Assim, daquele dia em diante, pactuaram em tirar a vida de Jesus.
54, Por isso, Ele já não andava livremente entre os judeus. Em vez disso, retirou-se para o interior, próximo ao deserto, chegando a uma cidade chamada Efraim; e ali permaneceu com os seus discípulos.
55, A Páscoa dos judeus estava próxima, e muitos daquela região do interior subiram para Jerusalém, a fim de participarem das cerimônias de purificação antes da Páscoa.
56, Então, procuravam Jesus, e comentavam uns com os outros, dentro do templo: “Que pensais? Virá Ele à festa?”
57, Por outro lado, os chefes dos sacerdotes e os fariseus haviam dado ordem para que, se alguém soubesse onde Ele estava, o denunciasse, a fim de poderem prendê-lo.
JOÃO 12 – MARIA UNGE JESUS
1, Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde estava Lázaro, que havia morrido e fora ressuscitado dentre os mortos.
2, Então, ofereceram-lhe um jantar; Marta servia, enquanto Lázaro era um dos convidados, sentado à mesa com Jesus.
3, Maria pegou uma libra de bálsamo de nardo puro, um óleo perfumado muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância daquele bálsamo.
4, Mas um de seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, que mais tarde iria traí-lo, objetou:
5, “Por que este bálsamo perfumado não foi vendido por trezentos denários e dado aos pobres?”
6, Ele não disse isso por se importar com os pobres, mas porque era ladrão; sendo responsável pela bolsa de dinheiro, frequentemente tirava o que nela era depositado.
7, Mas Jesus respondeu: “Deixa-a em paz; pois para o dia da minha sepultura foi que ela guardou isso.
8, Quanto aos pobres, vós sempre os tereis convosco, mas a mim vós nem sempre tereis.”
A trama para matar Lázaro
9, Por outro lado, uma grande multidão de judeus, assim que soube que Jesus estava ali, veio, não somente por causa de Jesus, mas igualmente para ver Lázaro, a quem Ele ressuscitara dos mortos.
10, Mas os chefes dos sacerdotes tramaram matar Lázaro também.
11, Pois, por causa do que ocorrera com ele, muitos estavam se afastando e crendo em Jesus.
A entrada profetizada
12, No dia seguinte, a grande multidão que tinha vindo para a festa, assim que ouviu que Jesus estava chegando a Jerusalém,
13, pegou ramos de palmeiras e saiu ao seu encontro, exultando: “Hosana! Bendito o que vem em o Nome do Senhor!Bendito o Rei de Israel!”
14, E Jesus, tendo conseguido um jumentinho, montou-o, conforme está escrito:
15, “Não tenha medo, ó filha de Sião; eis que o seu Rei está chegando, montado em um jumentinho.”
16, Naquele momento, seus discípulos não entenderam o que estava acontecendo. Só depois que Jesus foi glorificado, eles se lembraram de que esses fatos estavam escritos a respeito dele e também de que isso lhe fizeram.
17, Assim sendo, a multidão que estava com Ele, quando mandara Lázaro sair do sepulcro e o ressuscitara dos mortos, continuou a testemunhar o ocorrido.
18, Por essa razão, um grande número de pessoas saiu ao encontro de Jesus, pois ouviu que Ele realizara esse milagre.
19, Todavia, os fariseus comentavam uns com os outros: “Vós percebestes como nossos esforços são inúteis. Atentai! Eis que o mundo todo vai após Ele!”
Jesus veio para todos os povos
20, Entre os que subiram para adorar a Deus durante a festa da Páscoa estavam alguns gregos.
21, Eles se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e lhe rogaram: “Senhor! Nós desejamos ver Jesus.”
22, Filipe foi e contou a André, e André e Filipe comunicaram o pedido a Jesus.
23, Jesus lhes respondeu: “Chegou a hora em que o Filho do homem será glorificado.
24, Em verdade, em verdade vos asseguro que se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, permanecerá ele só; mas se morrer produzirá muito fruto.
25, Aquele que ama a sua vida, a perderá; entretanto, aquele que odeia sua vida neste mundo, a preservará para a vida eterna.
26, Se alguém me serve, precisa seguir-me; e onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve será honrado por meu Pai. Jesus profetiza sua morte na cruz
27, Agora minha alma está perturbada, e o que direi? Pai, salva-me desta hora? Não! Eu vim precisamente com esse propósito e para esta hora.
28, Pai, glorifica o teu Nome!” Então, veio uma voz dos céus, dizendo: “Eu já o glorifiquei e o glorificarei uma vez mais.”
29, Todavia, a multidão que estava ali, tendo ouvido a voz, dizia ter trovejado. Outros garantiam: “Um anjo falou com Ele.”
30, Jesus lhes esclareceu: “Essa voz não veio por minha causa, e sim para vosso benefício.
31, Chegou a hora de este mundo ser julgado, e agora o príncipe deste mundo será expulso.
32, Mas Eu, quando for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim.”
33, Ele disse isso para expressar o tipo de morte que haveria de sofrer.
34, O povo lhe replicou: “Nós temos ouvido da Lei que o Cristo permanecerá para sempre, como podes afirmar: ‘o Filho do homem precisa ser levantado’? Quem é afinal esse Filho do homem?”
35, Então Jesus lhes explicou: “Ainda por mais um pouco de tempo a luz estará entre vós. Caminhai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos surpreendam, pois aquele que anda nas trevas não sabe para onde vai.
36, Enquanto vós tendes a luz, crede na luz, para vos tornardes filhos da luz.” E, terminando de falar, partiu e ocultou-se deles.
Nem todos creram nos milagres
37, Mas, embora tivesse realizado tantos milagres diante deles, não creram em Jesus,
38, para cumprir a palavra do profeta Isaías, que disse: “Senhor, quem creu em nossa mensagem, e a quem foi revelado o braço do Senhor?”
39, Contudo, não podiam crer, porque como reafirmou Isaías:
40, “Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos nem entendam com o coração, nem se convertam e Eu os cure.”
41, Isso disse Isaías porque viu a glória dele e falou a seu respeito.
Caminhando na luz
42, Apesar disso, muitos dentre as próprias autoridades acreditaram nele, mas devido aos fariseus, não declaravam sua fé, para não serem excluídos da sinagoga;
43, pois amaram mais a honra dos homens do que a glória de Deus.
44, Então Jesus exclamou: “Quem acredita em mim, não crê somente em mim, mas naquele que me enviou.
45, Quem vê a mim, vê Aquele que me enviou.
46, Eu vim como luz para o mundo; a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
47, Se alguém ouvir as minhas palavras e não obedecer a elas, Eu não o julgo; porque Eu não vim para julgar o mundo, mas sim, para salvá-lo.
48, Aquele que me rejeita e não acolhe as minhas palavras tem quem o julgue; a Palavra que proclamei, essa o julgará no último dia.
49, Pois Eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me deu ordens sobre o que Eu deveria dizer e o que proclamar.
50, Eu sei que o seu mandamento é a vida eterna. Sendo assim, tudo o que Eu falo, como o Pai me mandou dizer, assim falo.”
JOÃO 13 – CEIA DO SENHOR
1, Assim, pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo de Deus, em que partiria deste mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.
2, Durante o final da ceia, quando já o Diabo incutira no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que deveria trair a Jesus,
3, e, sabendo Jesus que o Pai lhe outorgara poder sobre tudo o que existe, e que viera de Deus e estava retornando a Deus,
4, levantou-se da mesa, tirou a capa e colocou uma toalha em volta da cintura.
5, Em seguida, derramou água em uma bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha que estava em sua cintura.
6, Aproximou-se de Simão Pedro, que lhe disse: “Senhor, vais me lavar os pés?”
7, Respondeu-lhe Jesus: “O que faço agora, não podes compreender, todavia o compreenderás mais tarde.”
8, Disse-lhe Pedro: “Senhor, jamais me lavarás os pés!” Ao que Jesus lhe advertiu: “Se Eu não lavar os teus pés, tu não terás parte comigo.”
9, Rogou-lhe Simão Pedro: “Senhor, lava não somente meus pés, mas também, as minhas mãos e a minha cabeça!”
10, Explicou-lhe Jesus: “Quem já se banhou precisa apenas lavar os pés; o seu corpo já está completamente limpo. Vós também estais limpos, mas nem todos.”
11, Pois Jesus sabia quem iria traí-lo, e por isso disse: “Nem todos vós estais limpos.”
12, Após haver lavado os pés dos seus discípulos, tornou a vestir sua capa, voltou a sentar-se à mesa e lhes indagou: “Compreendeis o que vos fiz?
13, Vós me chamais ‘Mestre’ e ‘Senhor’, e estais certos, pois Eu, de fato, o sou.
14, Dessa maneira, se de vós Eu Sou Senhor e Mestre e ainda assim vos lavei os pés, igualmente vós deveis lavar os pés uns dos outros.
15, Dei-vos um exemplo para que, como Eu vos fiz, também vós o façais.
16, Em verdade, em verdade vos afirmo que nenhum escravo é maior do que seu senhor, como também nenhum enviado é maior do que aquele que o enviou.
17, Portanto, se vós compreenderdes esse ensinamento e o praticardes, abençoados sereis.
Jesus revela seu traidor
18, Eu não estou falando a respeito de todos vós, pois conheço aqueles que escolhi; mas é necessário que isso ocorra para que se cumpra a Escritura: ‘Aquele que partilhava do meu pão levantou-se contra mim’.
19, Estou vos revelando esses fatos antes que aconteçam, para que, quando acontecerem, vós possais crer que Eu Sou.
20, Em verdade, em verdade vos asseguro: Quem receber aquele que Eu enviar, estará me recebendo e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.”
21, Após haver dito essas palavras, perturbou-se Jesus em espírito e declarou: “Em verdade, em verdade vos afirmo que um dentre vós me trairá.”
22, Os discípulos olharam uns para os outros, perplexos sobre a quem Ele se referia.
23, Enquanto isso, um deles, o discípulo a quem Jesus amava, estava reclinado ao seu lado.
24, Simão Pedro fez alguns sinais a esse, como querendo dizer: “Pergunta a quem Ele se refere.”
25, Então, aquele discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?”
26, Respondeu-lhe Jesus: “É aquele a quem Eu der este pedaço de pão molhado no prato.” E tendo molhado o pedaço de pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.
27, Assim que Judas comeu o pão, Satanás entrou nele. Então disse-lhe Jesus: “O que tens para fazer, faze-o logo.”
28, Todavia, nenhum dos que estavam à mesa entendeu por qual razão Jesus lhe disse isso.
29, Considerando que Judas era responsável pelo dinheiro, alguns pensaram que Jesus havia dito: “Compra o necessário para a festa.” Ou que desse algo aos pobres.
30, Judas, assim que comeu o pedaço de pão, saiu apressadamente. E era noite.
Os discípulos devem se amar
31, Quando ele saiu, Jesus disse: “Agora o Filho do homem é glorificado, e Deus é glorificado nele.
32, Sendo Deus glorificado nele, também Deus o glorificará nele mesmo; e o glorificará muito em breve.
33, Filhinhos, Eu ainda permanecerei convosco por pouco tempo. Vós me procurareis, mas como Eu disse aos judeus, agora vos digo: ‘para onde Eu vou, vós não podeis ir’.
34, Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei; que dessa mesma maneira tenhais amor uns para com os outros.
35, Através deste testemunho todos reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros.”
Pedro nega a Jesus por três vezes
36, Simão Pedro pergunta a Jesus: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde Eu vou não podes seguir-me agora; entretanto, me seguirás mais tarde.”
37, Inquiriu-lhe Pedro: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Pois eu darei a minha vida por ti!”
38, Jesus adverte-o: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te afirmo que antes que o galo cante, tu me negarás três vezes!
JOÃO 14 – JESUS CONFORTA SEUS DISCÍPULOS
1, Não permitais que o vosso coração se preocupe. Credes em Deus, crede também em mim.
2, Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, Eu o teria dito a vós. Portanto, vou para preparar-vos lugar.
3, E, quando Eu me for e vos tiver preparado um lugar, virei de novo e vos levarei para mim, a fim de que, onde Eu estiver, estejais vós também.
4, Vós sabeis para onde Eu vou, e conheceis o caminho.”
5, Indagou-lhe Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais; e como poderemos conhecer o caminho?”
6, Assegurou-lhes Jesus: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.
7, Se vós, de fato, tivésseis me conhecido, teríeis conhecido também a meu Pai; e desde agora vós o conheceis e o vistes.”
8, Solicitou-lhe Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso é suficiente para nós.”
9, Então Jesus ministrou-lhes: “Há tanto tempo estou convosco, e tu não me tens conhecido, Filipe? Aquele que vê a mim, vê o Pai; como podes dizer: ‘mostra-nos o Pai’?
10, Não crês que Eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que Eu vos digo não as digo em minha própria autoridade; mas o Pai, que habita em mim, realiza as suas obras.
11, Crede-me quando digo que estou no Pai e que o Pai está em mim; crede-o, ao menos por causa das mesmas obras.
12, Em verdade, em verdade vos asseguro que aquele que crê em mim fará também as obras que Eu faço e outras maiores fará, pois eu vou para o meu Pai.
13, E assim, seja o que for que vós pedirdes em meu Nome, isso Eu farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.
14, Se vós pedirdes algo em meu Nome, Eu o farei.
15, Se vós me amais, obedecereis aos meus mandamentos.
Jesus promete o Espírito Santo
16, E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Advogado,a fim de que esteja para sempre convosco,
17, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque Ele vive convosco e estará dentro de vós.
18, Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.
19, Dentro de pouco tempo o mundo não me verá mais; entretanto, vós me vereis. Porque Eu vivo, e vós da mesma forma vivereis.
20, E naquele dia, entendereis que Eu estou no meu Pai, e vós, em mim, e Eu, em vós.
21, Aquele que tem os meus mandamentos e obedece a eles, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e Eu também o amarei e me revelarei a ele.”
22, Então, perguntou-lhe Judas : “Senhor, mas por que te revelarás a nós e não ao mundo?”
23, Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, obedecerá à minha Palavra; e meu Pai o amará, e nós viremos até ele e faremos nele nosso lar.
24, Quem não me ama não obedece às minhas palavras; e a Palavra que vós estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.
O dom da paz de Cristo
25, Esses ensinamentos vos tenho ministrado enquanto ainda estou presente entre vós.
26, Mas o Advogado, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu Nome, esse vos ensinará todas as verdades e vos fará lembrar tudo o que Eu vos disse.
27, Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não permitais que vosso coração se preocupe, nem vos deixeis amedrontar.
28, Vós ouvistes o que Eu disse: ‘vou, mas retorno para vós.’ Se me amásseis, ficaríeis alegres com o fato de que Eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que Eu.
29, Eu vo-lo disse agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais.
30, Eu não vou continuar a falar muito mais convosco, pois o príncipe deste mundo está chegando. Ele não tem direito e nada pode sobre mim;
31, ainda assim, é vital que o mundo saiba que Eu amo o Pai, e cumpro as ordens que o Pai me deu. Levantai-vos e partamos daqui!
JOÃO 15 – JESUS É A VIDEIRA, CUJOS RAMOS SÃO OS CRISTÃOS
1, Eu Sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.
2, Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, Ele retira; e todo que dá fruto, Ele limpa, para que dê mais fruto ainda.
3, Vós já estais limpos, pela Palavra que Eu vos tenho transmitido.
4, Permanecei em mim, e Eu permanecerei em vós. Nenhum ramo pode produzir fruto por si mesmo, se não estiver ligado à videira. Vós igualmente não podeis dar fruto por vós mesmos, se não permanecerdes unidos a mim.
5, Eu Sou a videira, vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e Eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim não podeis realizar obra alguma.
6, Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Então, esses ramos são juntados, lançados ao fogo e queimados.
7, Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que desejardes, e vos será concedido.
8, O que glorifica meu Pai é que deis fruto em abundância; e assim sereis verdadeiramente meus discípulos.
A alegria dos discípulos
9, Assim como o Pai me amou, Eu da mesma forma vos amei. Permanecei no meu amor.
10, Se obedecerdes aos meus mandamentos, permanecereis no meu amor, exatamente como Eu tenho obedecido às ordens do meu Pai e permaneço em seu amor.
11, Tenho-vos dito essas palavras para que a minha alegria permaneça em vós e a vossa felicidade seja completa.
12, E o meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei.
13, Não existe maior amor do que este: de alguém dar a própria vida por causa dos seus amigos.
14, Vós sois meus amigos, se praticais o que Eu vos mando.
15, Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas Eu vos tenho chamado amigos, pois tudo o que ouvi de meu Pai Eu compartilhei convosco.
16, Não fostes vós que me escolhestes; ao contrário, Eu vos escolhi a vós e vos designei para irdes e dardes fruto, e fruto que permaneça. Sendo assim, seja o que for que pedirdes ao Pai em meu Nome, Ele o concederá a vós.
17, Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros.
O mundo odeia os discípulos
18, Se o mundo vos odeia, sabei que, antes de vós, odiou a mim.
19, Se fôsseis do mundo, ele vos amaria como se pertencêsseis a ele. Entretanto, não sois propriedade do mundo; mas Eu vos escolhi e vos libertei do mundo; por essa razão, o mundo vos odeia.
20, Recordai-vos das palavras que Eu vos disse: ‘nenhum escravo é maior do que o seu senhor’. Se me perseguiram, também vos perseguirão. Se obedeceram à minha Palavra, igualmente obedecerão à vossa orientação.
21, Contudo, o mundo vos tratará mal por causa do meu Nome, pois eles não conhecem Aquele que me enviou.
22, Se Eu não tivesse vindo e falado ao mundo, eles não seriam culpados. Mas, agora, eles não têm qualquer desculpa pelos pecados que cometeram.
23, Aquele que me odeia, da mesma forma odeia a meu Pai.
24, Se Eu não tivesse realizado entre eles obras que ninguém jamais fez, eles não seriam culpados de pecado. Mas agora eles viram e presenciaram tudo, e mesmo assim odiaram a mim e a meu Pai.
25, Mas isso aconteceu para se cumprir o que está escrito na Lei deles: ‘odiaram-me sem razão’.
26, Quando, porém, vier o Advogado que Eu enviarei para vós da parte do Pai, o Espírito da verdade que provém do Pai, Ele testemunhará a meu respeito.
27, E vós, também, dareis testemunho, pois estais comigo desde o princípio.
JOÃO 16 – JESUS ALERTA
1, Eu vos tenho prevenido sobre estes acontecimentos para que não vacileis na fé.
2, Eles vos expulsarão das sinagogas; e mais: chegará o tempo quando quem vos matar pensará que está prestando um culto a Deus.
3, Cometerão essas atrocidades porque não conhecem o Pai, tampouco a mim.
4, Entretanto, tudo isso vos tenho dito para que, quando o momento chegar, vos lembreis de que Eu vos adverti. Não vos disse isso desde o começo, porque Eu estava convosco.
A obra do Espírito Santo
5, Agora, porém, Eu vou para junto daquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: ‘Para onde vais?’
6, Sei que, ao dizer-vos sobre o que ocorrerá, o vosso coração foi tomado de tristeza.
7, Todavia, Eu vos asseguro que é para o vosso bem que Eu parta. Se Eu não for, o Advogado não poderá vir para vós; mas se Eu for, Eu o enviarei.
8, Quando, então, Ele vier, convencerá o mundo do seu pecado, da justiça e do juízo.
9, Do pecado, porque a humanidade não crê em mim;
10, da justiça, porque vou para o Pai e vós não me vereis mais;
11, e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado.
12, Eu ainda tenho muitas verdades que desejo vos dizer, mas seria demais para o vosso entendimento neste momento.
13, No entanto, quando o Espírito da verdade vier, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos revelará tudo o que está por vir.
14, O Espírito me glorificará, porque receberá do que é meu e vos anunciará.
15, Tudo quanto o Pai tem, pertence a mim. Por isso é que Eu disse que o Espírito receberá do que é meu e o revelará a vós.
O sofrimento se tornará em alegria
16, Mais algum tempo e já não me vereis mais; momentos depois, e me vereis de novo.”
17, Então, alguns dos discípulos comentaram entre si: “O que Ele quer dizer com isto: ‘mais algum tempo e já não me vereis mais’ e ‘momentos depois, e me vereis de novo’ e ‘porque vou para o Pai’?”
18, E se questionavam: “Que significa ‘algum tempo’? Não compreendemos o que Ele quer dizer.”
19, Mas Jesus sabia o que desejavam perguntar e lhes disse: “Vós vos questionais sobre o que Eu quis dizer quando declarei: ‘mais algum tempo e já não me vereis mais; momentos depois, e me vereis de novo’?
20, Em verdade, em verdade Eu vos afirmo que chorarão e se lamentarão, enquanto o mundo se alegrará. Vós vos entristecereis, porém a vossa tristeza se transformará em grande alegria.
21, A mulher que está dando à luz sofre dores e tem medo, porque chegou a sua hora; mas, quando o bebê nasce, ela já não mais se lembra da angústia, por causa da alegria de ter vindo ao mundo seu filho.
22, Também vós agora estais tristes e apreensivos; este é um momento de sofrimento, mas Eu vos verei de novo, e então muito vos alegrareis; e mais, ninguém tirará a vossa alegria.
23, E naquele dia não me pedireis mais nada. Pois Eu verdadeiramente vos asseguro que, tudo o que pedirdes ao Pai, Ele o concederá a vós, em meu Nome.
24, Até agora nada pedistes em meu Nome. Pedi e recebereis, para que a vossa felicidade seja completa.
A paz de Cristo vence as aflições
25, Essas verdades Eu vos tenho dito através de uma linguagem figurada; mas o momento está chegando em que Eu não mais falarei de forma enigmática, mas vos direi claramente a respeito de meu Pai.
26, Nesse dia, pedireis em meu Nome. E não digo que orarei ao Pai por vós,
27, pois o próprio Pai vos ama, porque me amastes e crestes que Eu vim de Deus.
28, Eu vim do Pai e entrei no mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai.”
29, Então os discípulos de Jesus observaram-lhe: “Eis que agora falas claramente, e não através de uma linguagem enigmática.
30, Agora temos certeza de que tens pleno conhecimento de tudo, pois nem é necessário que verbalizemos as perguntas que nos inquietam; por isso cremos que, verdadeiramente, vieste de Deus.”
31, Mas Jesus lhes respondeu: “Credes agora?
32, Pois, chegará o momento, e realmente, a hora é esta, quando sereis espalhados cada um para sua família. Vós me deixareis sozinho. Mas Eu não estou desamparado, pois meu Pai está comigo.
33, Eu vos preveni sobre esses acontecimentos para que em mim tenhais paz. Neste mundo sofrereis tribulações; mas tende fé e coragem! Eu venci o mundo.”
JOÃO 17 – PRINCIPAL ORAÇÃO SACERDOTAL
1, Tendo dito essas palavras aos seus discípulos, Jesus levantou seus olhos para o céu e orou: “Pai, é chegada a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique,
2, assim como lhe outorgaste autoridade sobre toda a carne, para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.
3, E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
4, Eu te glorifiquei na terra, finalizando a obra que me entregaste para realizar.
5, E agora, Pai, glorifica-me junto a Ti, com a glória que Eu tinha contigo antes que o mundo existisse.
Jesus ora ao Pai pelos discípulos
6, Eu revelei o teu Nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus; Tu os confiaste a mim, e eles têm obedecido à tua Palavra.
7, Agora, eles entendem que tudo o que me deste vem de Ti.
8, Pois Eu compartilhei com eles as palavras que me deste, e eles as aceitaram. Eles reconheceram, de fato, que vim de Ti e creram que me enviaste.
9, Eu rogo por eles. Não estou orando pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus.
10, Tudo o que tenho é teu, e tudo o que tens é meu; e neles Eu Sou glorificado.
11, Agora, não ficarei muito mais no mundo, mas estes ainda estão no mundo, e Eu vou para Ti. Pai santo, protege-os em Teu Nome, o Nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um.
12, Enquanto Eu estava com eles, protegi-os e os defendi em teu Nome. E nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.
13, Mas, agora, vou para Ti. Digo dessa forma, enquanto ainda estou no mundo, para que eles recebam a minha plena felicidade em seus corações.
14, Eu lhes tenho transmitido a tua Palavra, e o mundo os odiou, porque eles não pertencem ao mundo, como Eu não sou do mundo.
15, Não oro para que os tires do mundo, mas sim, para que os protejas do príncipe deste mundo.
16, Eles não são do mundo, como também Eu não sou.
17, Santifica-os pela tua verdade; a tua Palavra é a verdade.
18, Da mesma maneira como me enviaste ao mundo, Eu os enviei ao mundo.
19, Em benefício deles Eu me consagro, para que igualmente eles sejam consagrados pela verdade.
Jesus ora ao Pai pelos cristãos
20, Não oro somente por estes discípulos, mas igualmente por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da mensagem deles,
21, para que todos sejam um, Pai, como Tu estás em mim e Eu em Ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste.
22, Eu lhes tenho transferido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos:
23, Eu neles e Tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que Tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.
24, Pai, Eu desejo que os que me deste estejam comigo onde Eu estou e contemplem a minha glória, a glória que me outorgaste porque me amaste antes da criação do mundo.
25, Pai justo, o mundo não te tem conhecido; Eu, porém, te conheci, assim como estes entenderam que Tu me enviaste.
26, Eu lhes dei a conhecer o teu Nome e ainda continuarei a revelá-lo, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e Eu neles esteja.”
JOÃO 18 – JUDAS TRAI JESUS
1, Tendo Jesus partilhado essas palavras, saiu acompanhado por seus discípulos e atravessou o vale de Quidrom. Do outro lado havia um olival, onde entrou com eles.
2, E Judas, o traidor, também conhecia aquele lugar, pois frequentemente Jesus se reunia ali com seus discípulos.
3, Então, tendo Judas guiado um destacamento de soldados romanos e alguns guardas enviados pelos chefes dos sacerdotes e fariseus, chegou a esse lugar com lanternas, tochas e armas.
4, Entretanto, tendo Jesus pleno conhecimento de tudo o que viria sobre Ele, saiu ao encontro deles e lhes perguntou: “A quem procurais?”
5, Responderam-lhe: “A Jesus de Nazaré!” Ao que lhes respondeu Jesus: “Eu Sou Jesus.” E Judas, aquele que o traiu, estava com eles.
6, Assim que Jesus lhes disse: “Eu Sou Jesus”, eles recuaram atônitos e caíram no chão.
7, Então Jesus lhes perguntou de novo: “A quem procurais?” E eles disseram: “A Jesus de Nazaré.”
8, Jesus lhes exclamou: “Eu já vos disse que Eu Sou Jesus. Por isso, se é a mim que buscais, deixai estes homens seguirem seus caminhos.”
9, Isso aconteceu para que se cumprissem as palavras que Ele dissera: “Não perdi nenhum de todos os que me deste.”
10, Nesse momento, Simão Pedro, que portava uma espada, puxou-a da bainha e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. E o nome daquele servo era Malco.
11, Então Jesus ordenou a Pedro: “Embainha a tua espada! Acaso não haverei de beber o cálice que o Pai me deu?”
Jesus diante das autoridades
12, Assim, o destacamento de soldados com o seu comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram.
13, E o conduziram primeiramente a Anás; pois era sogro de Caifás, sumo sacerdote naquele ano.
14, Ora, Caifás era quem havia sugerido aos judeus ser conveniente morrer um homem pelo povo.
Pedro nega ser discípulo de Cristo
15, Simão Pedro e outro discípulo estavam seguindo Jesus. Por ser conhecido do sumo sacerdote, este discípulo entrou com Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote.
16, Entretanto, Pedro teve de ficar esperando do lado de fora da porta. O outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, voltou, falou com a criada encarregada da porta e levou Pedro para dentro.
17, Então, a jovem criada, encarregada da porta, perguntou a Pedro: “Não és, tu também, um dos discípulos deste homem?” Pedro respondeu: “Eu não sou.”
18, Fazia frio, e os servos e os guardas estavam ali; tendo acendido uma fogueira, esquentavam-se. E Pedro estava em pé entre eles, aquecendo-se também.
Jesus diante do sumo sacerdote
19, Então, o sumo sacerdote interrogou a Jesus sobre seus discípulos e sua doutrina.
20, Declarou-lhe Jesus: “Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei frequentemente nas sinagogas e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em segredo.
21, Por que me interrogas? Pergunta àqueles que me ouviram o que lhes falei; eles bem sabem o que Eu disse.”
22, Assim que Jesus disse isso, um dos guardas que ali estavam bateu-lhe fortemente no rosto, com a palma da mão, dizendo: “Isso é maneira de responder ao sumo sacerdote?”
23, E Jesus respondeu ao guarda: “Se Eu disse algo de mal, revela o mal. Mas se disse a verdade por que me agrediste?”
24, Sendo assim, Anás mandou Jesus, de mãos amarradas, a Caifás, o sumo sacerdote.
Cristo é negado pela terceira vez
25, Enquanto isso, Pedro estava em pé, se aquecendo, quando alguém lhe perguntou: “Não és, tu também, um dos discípulos dele?” Pedro nega dizendo: “Não, eu não sou!”
26, Um dos criados do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro havia decepado a orelha, perguntou: “Não te vi no olival com Ele?”
27, Mais uma vez Pedro negou, e naquele exato momento, um galo cantou.
Jesus diante da corte de Pilatos
28, Então os judeus levaram Jesus da casa de Caifás para o Pretório. E já estava amanhecendo. Mas eles não entraram no Pretório, para evitar a contaminação cerimonial,pois desejavam comer a Páscoa.
29, Assim, Pilatos saiu para falar com eles e perguntou-lhes: “Que acusação trazeis contra este homem?”
30, Responderam-lhe: “Se Ele não fosse um malfeitor, não o teríamos entregado a ti.”
31, Entretanto, replicou-lhes Pilatos: “Levai-o vós mesmos e julgai-o conforme a vossa Lei.” Ao que lhe contestaram os judeus: “Mas nós não somos autorizados a matar ninguém.”
32, Isso ocorreu para que se cumprissem as palavras que Jesus havia dito, revelando o tipo de morte que estava para sofrer.
33, Então Pilatos entrou novamente no Pretório, chamou a Jesus e interrogou-lhe: “És tu o rei dos judeus?”
34, Jesus lhe respondeu: “Essa questão é tua, ou outros te falaram a meu respeito?”
35, Replicou-lhe Pilatos: “Porventura sou judeu? A tua própria gente e os chefes dos sacerdotes é que te entregaram a mim. Que fizeste?”
36, Ao que lhe afirmou Jesus: “Meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas, agora, meu Reino não é daqui.”
37, Contudo, Pilatos lhe inquiriu: “Então, tu és rei?” Ao que lhe respondeu Jesus: “Tu dizes acertadamente que sou rei. Por esta causa Eu nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade. Todos os que pertencem à verdade ouvem a minha voz.”
38, Então Pilatos questionou a Jesus: “Que é a verdade?” E assim que disse isso, saiu de novo para onde estavam reunidos os judeus, e disse-lhes: “Não encontrei qualquer falta neste homem.
Jesus no lugar de um bandido
39, Entretanto, sei que é tradição, entre vós, que devo dar liberdade a um prisioneiro por ocasião da Páscoa. Sendo assim, quereis que eu vos liberte o Rei dos Judeus?”
40, Então os judeus exclamaram outra vez, dizendo: “Não! Esse homem não, mas sim Barrabás!” Ora, Barrabás era um conhecido bandido.
JOÃO 19 – COROA DE ESPINHOS
1, Sendo assim, Pilatos tomou a Jesus e o mandou flagelar.
2, Os soldados trançaram uma coroa de espinhos e a puseram na cabeça de Jesus; e ainda vestiram-no com uma capa de púrpura.
3, Aproximavam-se dele e diziam: “Salve, rei dos judeus!” E esbofeteavam seu rosto.
4, Mais uma vez, Pilatos saiu e afirmou aos judeus: “Vede! Eu o trago à vossa presença, para saberdes que não encontro neste homem motivo algum que o possa condenar.”
Pilatos cede ao clamor dos judeus
5, Então, assim que Jesus veio para fora, usando a coroa de espinhos e a capa de púrpura, disse Pilatos ao povo: “Eis o homem!”
6, Ao verem-no, os chefes dos sacerdotes e os guardas gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o!” Mas Pilatos contestou-os dizendo: “Levai-o vós outros e crucificai-o. Pois eu não encontro nele culpa alguma.”
7, Responderam-lhe os judeus: “Nós temos uma Lei e, conforme essa Lei, Ele deve morrer, pela blasfêmia de se declarar Filho de Deus.”
8, Entretanto, ao ouvir essa alegação, Pilatos ficou ainda mais atemorizado,
9, e, voltando para dentro do Pretório, interrogou a Jesus: “De onde vens tu?” Todavia, Jesus não lhe deu qualquer resposta.
10, Então Pilatos o advertiu: “Tu te negas a responder-me? Não sabes que eu tenho autoridade para te libertar e poder para te crucificar?”
11, Ao que Jesus lhe afirmou: “Não terias qualquer poder sobre mim, se não te fosse dado de cima. Por isso, aquele que me entregou a ti é culpado de um pecado ainda maior.”
12, Desse momento em diante, Pilatos procurou libertar Jesus, mas os judeus o ameaçaram exclamando: “Se deixares esse homem em liberdade, não és amigo de César; pois todo aquele que se faz rei é contra César.”
13, Quando Pilatos ouviu esse clamor dos judeus, trouxe Jesus para fora, no tribunal, e sentou-se no trono do juiz, em um lugar conhecido como Pavimento de Pedra, mas em aramaico é Gábata.
14, E esse era o Dia da Preparação, a sexta-feira da semana da Páscoa, por volta da hora sexta, quando, então, Pilatos declarou aos judeus: “Eis aqui o vosso rei!”
15, Eles porém, exclamavam: “À morte! À morte! Crucifica-o!” Então, Pilatos lhes perguntou: “Devo crucificar o vosso rei?” E os chefes dos sacerdotes lhe responderam: “Não temos rei, senão César!”
16, Diante disso, Pilatos entregou Jesus para ser crucificado. Em seguida os carrascos se apoderaram de Jesus e o levaram para fora.
A crucificação de Cristo
17, E assim, carregando sua própria cruz, Jesus saiu para um lugar chamado Calvário, Gólgota em aramaico,
18, onde o crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no centro.
19, Então Pilatos mandou escrever uma placa e pregá-la no alto da cruz, com os seguintes dizeres: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS.
20, Muitos dos judeus leram a placa de Jesus, pois o lugar em que Ele foi crucificado ficava próximo da cidade, e a placa estava escrita em aramaico, latim e grego.
21, Os chefes dos sacerdotes dos judeus discordaram de Pilatos, dizendo: “Não escrevas: ‘O Rei dos Judeus’, mas sim que esse homem se dizia rei dos judeus.”
22, Todavia Pilatos lhes asseverou: “O que escrevi, escrevi.”
23, Após haver crucificado Jesus, os soldados tomaram-lhe as vestes e as dividiram em quatro partes, uma para cada um deles, sobrando a túnica. Esta, entretanto, era sem costura, tecida numa única peça, de alto a baixo.
24, Comentaram, assim, uns com os outros: “Não convém rasgá-la, mas vamos decidir, por sorteio, quem ficará com ela.” Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura ao declarar: “Dividiram as minhas vestes entre si, e tiraram sortes pela minha túnica.” E assim procederam os soldados.
A mãe e os amigos junto à cruz
25, Próximo à cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã dela, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena.
26, Quando Jesus, contudo, viu sua mãe e junto a ela o discípulo a quem Ele amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho!”
27, Em seguida, disse Jesus ao seu discípulo: “Eis aí a tua mãe!” E daquele momento em diante, o discípulo amado a recebeu como parte de sua família.
Está tudo consumado
28, Mais tarde, sabendo Jesus que tudo já estava concluído, para que a Escritura se cumprisse, disse: “Tenho sede!”
29, Próximo havia um cântaro cheio de vinagre; então embeberam uma esponja com vinagre, a colocaram na ponta de uma vara de hissopo, e a ergueram até à boca de Jesus.
30, Então, assim que experimentou o vinagre, exclamou Jesus: “Está consumado!” E, inclinando a cabeça, entregou seu espírito.
Jesus foi traspassado
31, E, porque era o Dia da Preparação da Páscoa, véspera de um Sábado especialmente sagrado, os judeus não admitiam que os corpos ficassem na cruz durante o sábado. Pediram, então, a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos crucificados e retirar seus corpos.
32, Sendo assim, vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e em seguida do outro homem que com Jesus haviam sido crucificados.
33, Mas quando se aproximaram de Jesus e viram que Ele já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
34, Contudo, um dos soldados perfurou o lado de Jesus com uma lança, e imediatamente brotou sangue e água.
35, E aquele que a isso presenciou, disso deu seu testemunho; e o seu depoimento é verdadeiro. Pois ele está consciente de que está relatando a verdade para que também vós creiais.
36, E todas essas coisas ocorreram para que se cumprisse a Escritura: “Nenhum dos seus ossos será quebrado.”
37, E mais ainda, como diz a Escritura em outra passagem: “Olharão para Aquele a quem traspassaram.”
Jesus é sepultado
38, Algum tempo mais tarde, José de Arimateia, que era um discípulo de Jesus, ainda que secretamente, por causa do medo que tinha dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos concedeu a ele permissão. Então José de Arimateia veio e retirou o corpo de Jesus.
39, Nicodemos, aquele que havia dialogado com Jesus durante a noite, veio também, trazendo cerca de cem librasde uma mistura de mirra e aloés.
40, Assim, pegaram o corpo de Jesus e o envolveram em faixas de linho, juntando as especiarias, conforme a tradição judaica de sepultamento.
41, No lugar onde Jesus fora crucificado, havia um jardim, e no jardim, um sepulcro novo, onde ninguém jamais havia sido colocado.
42, E assim, sepultaram Jesus ali, por ser o Dia da Preparação dos judeus, e considerando que o sepulcro ficava próximo.
JOÃO 20 – TUMBA VAZIA
1, Ao amanhecer o primeiro dia da semana, estando ainda meio escuro, Maria Madalena foi ao sepulcro e viu que a pedra que fechava a entrada havia sido removida.
2, Então saiu correndo em busca de Simão Pedro e do outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: “Eles tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o colocaram!”
3, Imediatamente Pedro saiu em direção ao sepulcro, acompanhado pelo outro discípulo.
4, Ambos corriam juntos, entretanto, o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.
5, E inclinando-se, viu as faixas de linho ali, mas não entrou.
6, Em seguida, chegou Simão Pedro, que vinha logo atrás dele. Pedro entrou no sepulcro e também viu as faixas de linho,
7, bem como o lenço que estivera em volta da cabeça de Jesus, e que não estava com as faixas de linho, mas dobrado à parte.
8, Então o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, também entrou. Este viu e creu.
9, Contudo, eles ainda não haviam entendido que, de acordo com a Escritura,era necessário que Jesus ressuscitasse dos mortos.
10, E assim foram os discípulos outra vez para suas casas. Jesus ressuscitou e vive!
11, Por outro lado, Maria continuava do lado de fora do sepulcro, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se, para olhar dentro do sepulcro,
12, e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13, Então os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela lhes respondeu: “Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o colocaram.”
14, Assim que disse isso, olhou para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Ele.
15, E Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que estás chorando? A quem procuras?” Maria, imaginando que fosse o jardineiro, rogou-lhe: “Se tu o tiraste daqui, dize-me onde o colocaste, e eu o levarei.”
16, Então Jesus a chamou: “Mariâm!” Ela, voltando-se, exclamou também em aramaico: “Rabôni!” .
17, Recomendou-lhe Jesus: “Não me segures, pois ainda não voltei para o Pai. Mas vai, e ao encontrar meus irmãos, dize-lhes assim: ‘estou ascendendo ao meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus’.”
18, E assim foi Maria Madalena e anunciou aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” E contou-lhes tudo o que o Senhor lhe dissera.
Cristo abençoa com seu Espírito
19, Então, ao entardecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos a portas trancadas, por medo das autoridades judaicas. Jesus apareceu, pôs-se no meio deles e disse: “A paz seja convosco!”
20, Enquanto falava aos discípulos, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos ficaram muito alegres ao verem o Senhor.
21, E Jesus lhes disse mais uma vez: “A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, Eu também vos envio.”
22, E, tendo dito isso, soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo.
23, Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais mantiverdes ser-lhes-ão mantidos.”
Felizes os que não viram e creram
24, Contudo, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando Jesus apareceu.
25, Os outros discípulos, no entanto, anunciaram-lhe: “Nós vimos o Senhor!” Mas ele respondeu-lhes: “Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não acreditarei.”
26, Após oito dias, os discípulos estavam reunidos ali outra vez, e Tomé estava com eles. As portas estavam trancadas; quando Jesus apareceu, pôs-se no meio deles e disse: “A paz seja convosco!”
27, Então dirigiu-se a Tomé, dizendo: “Coloca o teu dedo aqui; vê as minhas mãos. Estende tua mão e coloca-a no meu lado. Agora não sejas um incrédulo, mas crente.”
28, E Tomé confessou a Jesus: “Meu Senhor e meu Deus!”
29, Ao que Jesus lhe afirmou: “Tomé, porque me viste, acreditaste? Bem-aventurados os que não viram e creram!”
Creia em Jesus, o Filho de Deus
30, Verdadeiramente Jesus realizou, na presença dos seus discípulos, muitos outros milagres, que não estão escritos neste livro.
31, Estes, entretanto, foram escritos para que possais acreditar que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu Nome.
JOÃO 21 – JESUS APARECE NO MAR DA GALILÉIA
1, Algum tempo depois, Jesus apareceu de novo aos seus discípulos, à margem do mar de Tiberíades.
2, Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois dos seus discípulos, estavam juntos.
3, Simão Pedro disse-lhes: “Vou pescar.” E eles o encorajaram: “Nós vamos contigo também.” Saíram, e logo entraram no barco, mas naquela noite nada pegaram.
4, Entretanto, ao clarear da manhã, estava Jesus na praia; mas os discípulos não perceberam que era Ele.
5, E Jesus lhes perguntou: “Moços! tendes aí alguma coisa para comer?” E eles lhe responderam: “Não!”
6, Então Jesus orientou-os: “Lançai a rede do lado direito do barco e encontrareis.” Assim eles o fizeram, e logo não conseguiam recolher a rede, por causa da abundância de peixes.
7, Diante disso, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Assim que Simão Pedro ouviu que era o Senhor, vestiu sua túnica, pois a havia tirado, e lançou-se ao mar.
8, Mas os outros discípulos vieram no pequeno barco, arrastando a rede com os peixes; pois não estavam longe da praia, senão uns duzentos côvados.
9, Então, assim que saltaram em terra viram ali uma fogueira, peixe sobre brasas, e um pouco de pão.
10, E Jesus lhes pediu: “Trazei alguns dos peixes que acabastes de pegar.”
11, Simão Pedro entrou no barco e arrastou a rede para a terra. Ela estava cheia, com cento e cinquenta e três grandes peixes. E mesmo com tantos peixes, a rede não se rompeu.
12, Então Jesus os convidou: “Vinde e tomai vosso desjejum.” E nenhum dos discípulos tinha coragem de indagar-lhe: “Quem és tu?”, pois sabiam que era o Senhor.
13, Jesus aproximou-se, pegou o pão e o deu a eles, tomou um peixe e fez o mesmo.
14, E essa foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de haver ressuscitado dos mortos.
Pedro é restaurado por Jesus
15, Assim, após tomarem o desjejum, Jesus questionou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes outros?” Respondeu ele: “Sim, Senhor, Tu sabes que te amo.” Jesus o encarregou: “Cuida dos meus cordeiros.”
16, Outra vez Jesus lhe perguntou: “Simão, filho de João, tu me amas?” Ele afirmou: “Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo.” Jesus lhe confiou: “Pastoreia as minhas ovelhas.”
17, Pela terceira vez Jesus perguntou: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou angustiado por Jesus haver-lhe perguntado pela terceira vez “tu me amas”, e assegurou-lhe: “Senhor, Tu conheces todas as coisas e sabes que eu Te amo!” Comissionou-o Jesus: “Apascenta as minhas ovelhas.
18, Em verdade, em verdade Eu te afirmo: quando eras mais jovem, tu te vestias a ti mesmo e ias para onde desejavas; mas quando chegares à velhice, estenderás as mãos e outra pessoa te vestirá e te conduzirá para onde tu não queres ir.”
19, Isso falou Jesus, significando o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus. E assim que terminou de proferir essas palavras, acrescentou: “Segue-me!” O discípulo amado e este livro
20, Pedro voltou-se e viu que o discípulo a quem Jesus amava os acompanhava.
21, Assim que Pedro o viu, perguntou a Jesus: “Senhor, mas quanto a este homem?”
22, Então Jesus lhe respondeu: “Se Eu desejar que ele fique vivo até que Eu volte, o que te importa? Entretanto, quanto a ti, segue-me!”
23, Por esse motivo, tornou-se conhecido entre os irmãos o rumor de que aquele discípulo não passaria pela morte. Ora, Jesus não disse que ele não morreria, mas sim: “Se Eu desejar que ele fique vivo até que Eu volte, o que te importa?”
24, Este é o discípulo que testemunha a respeito desses acontecimentos e que os escreveu; e sabemos que o seu testemunho é conforme a verdade.
25, Jesus realizou ainda muitas outras maravilhas. Se todas elas fossem escritas uma por uma, acredito eu que nem mesmo o mundo inteiro seria capaz de conter os livros que se escreveriam.